“Todo mundo já ouviu falar que os dados são o novo petróleo. Será que é por isso que me chamaram para a Petrobras?”, brincou em live promovida pelo Traders Club (TC), afirmando logo em seguida que não poderia falar sobre o assunto.
O nome de Paes de Andrade foi indicado pelo governo para o lugar de José Mauro Coelho, atual presidente demissionário da Petrobras, em 23 de maio. Segundo alguns conselheiros, porém, o executivo não tem experiência no setor de petróleo e, por isso, não deveria ser aprovado para o cargo.
Responsável pela criação da plataforma gov.br, que unificou a comunicação do governo com a população – hoje já são 133 milhões de brasileiros cadastrados, que devem chegar até 150 milhões até o final do ano -, Paes de Andrade defendeu a reforma administrativa, que, segundo ele, está pronta e pode ser votada ainda este ano, depois das eleições.
“A reforma administrativa por si só é um tabu. Por mais que a gente fale que não vai demitir ninguém, os grupos organizados falam no ouvido dos deputados. Eles (deputados) não sabem explicar porque não vai ter mais concurso. Eles (contra a reforma) fazem bem esse negócio de ‘bater bumbo’ e convencer os deputados”, afirmou.
O executivo ressaltou que a pandemia da covid-19 também ajudou a deixar a reforma de lado, mas disse ter convicção que se não for votada nesse mandato do presidente Jair Bolsonaro, com certeza não passará do próximo quadriênio, mesmo se o vencedor não for seu atual chefe.
“Até quem é contra sabe que precisa. Acredito que qualquer um (que ganhar a eleição presidencial) terá de fazer”, afirmou.
Entre os principais pontos da reforma administrativa, Paes de Andrade destacou a avaliação dos servidores. “Uma avaliação feita pelo público, pelos seus pares e por ele mesmo”, ressaltou.
O secretário teceu vários elogios a Bolsonaro durante o evento, e se disse confiante em um novo mandato. Ele negou que o presidente não tenha se empenhado na reforma administrativa, “mas sabe como é a política”, argumentou.
Segundo ele, o chefe do Executivo sofre preconceito por ser diferente de outros presidentes que passaram por Brasília. “Nosso presidente é muito reto. Eles (o governo) não são capturáveis, por isso o estranhamento, é diferente de tudo com o que se estava acostumado, ele fala a verdade. Eu espero que ele seja reeleito”, defendeu, admitindo no entanto que a comunicação do governo poderia ser melhor.