O presidente da estatal, Guilherme Ribeiro, disse em comunicado que “a estimativa inicial da Companhia era de uma safra ainda maior quando, no primeiro levantamento, era esperada uma produção de 288,6 milhões de toneladas”. “Mesmo com a redução na expectativa em 6,4%, os agricultores brasileiros serão responsáveis pela maior safra da série histórica. O bom desempenho ocorre mesmo em um ano em que as culturas de primeira safra, principalmente soja e milho, foram afetadas pelas condições climáticas adversas registradas na Região Sul do País e em parte do Mato Grosso do Sul.”
Na atual temporada, o destaque é a recuperação de 32,3% na produção de milho. Com um volume estável na 1ª safra do cereal, próximo a 24,8 milhões de toneladas, a 2ª safra do grão tende a registrar uma elevação de aproximadamente 45% se comparada com o ciclo anterior, passando de 60,7 milhões de toneladas para 88 milhões de toneladas.
“No entanto, ainda precisamos acompanhar o desenvolvimento das lavouras, principalmente nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Nesses locais, a cultura se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima exerce grande influência no resultado final. Considerando a segunda safra, cerca de 25,5% do milho do País ainda está sob influência do clima”, explicou na nota o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
De acordo com o Progresso de Safra, publicado nesta semana pela estatal, a colheita do cereal de 2ª safra está em fase inicial, sendo Mato Grosso o estado com a maior área colhida registrada.
“As primeiras lavouras têm apresentado bons rendimentos, pois foram semeadas em período ideal. Já a onda de frio, ocorrida em maio, formou geadas de maneira pontual no Paraná, Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais, o que não afetou a produtividade total. O desempenho das lavouras, inclusive, melhorou nos Estados paranaense e sul-mato-grossense, por causa do bom regime hídrico”, observou De Zen. A safra total de milho em 2021/22 deve alcançar 115,22 milhões de t.
O clima frio não trouxe grande impacto na produção total para o algodão, informa a Conab. A produção da pluma deve atingir colheita de 2,81 milhões de toneladas, aumento de 19,3% quando comparado com o ciclo 2020/21.
Já para o feijão, as baixas temperaturas provocaram impacto nas produtividades das lavouras de 2ª safra da leguminosa. Destaque para a influência na variedade cores e preto, com redução na produtividade de 31,8% e 19,7% respectivamente. “Com as condições climáticas desuniformes entre os Estados produtores de feijão, variando entre estiagem e excesso de chuvas, a qualidade do grão a ser colhido na 2ª safra pode ter comprometimento”, esclareceu o gerente de Acompanhamento de Safras, Rafael Fogaça.
Soja e arroz estão com a colheita praticamente finalizada, informa a Conab. Para a oleaginosa, a Conab estima 124,3 milhões de toneladas produzidas, redução de 10,1% em relação à safra anterior. A produção de arroz deve atingir 10,6 milhões de toneladas, volume 9,9% inferior ao produzido no ciclo anterior.
Culturas de inverno
O plantio das culturas de inverno já está em andamento. Destaque para o trigo, principal grão semeado no país. A atual estimativa é para uma produção de 8,4 milhões de toneladas, um novo recorde para o grão, caso se confirme o resultado.