Na média móvel trimestral dessazonalizada, a arrecadação federal tem cresceu 2,0% em maio, nas contas do analista. Mas a medida de núcleo da arrecadação calculada pelo banco – que expurga dos números as receitas extraordinárias – avançou 4,1% na comparação interanual, desacelerando em relação à alta de 7,8% contabilizada em abril.
“Nos próximos meses, continuamos a esperar resultados positivos para a arrecadação federal, mas com desaceleração do crescimento mensal, considerando o impacto da inflação perdendo força durante o segundo trimestre (acreditamos que o pico do IPCA ficou para trás) e números modestos de atividade”, escreve o economista do Santander Ítalo Franca, em relatório.
O Santander estima crescimento real – descontada a inflação – de 2,0% da arrecadação federal em 2022 ante 2021, já levando em conta uma renúncia de R$ 65,0 bilhões com as desonerações concedidas pelo governo federal. A redução de PIS, Cofins e Cide sobre a gasolina e o etanol pode implicar em uma perda adicional de R$ 40 bilhões, que, na prática, zeraria o ganho previsto para as receitas.