A companhia sofreu com a elevação dos custos de insumos, energia e frete em meio ao contexto de inflação generalizada no Brasil e em outros países. Com isso, o custo dos produtos vendidos cresceu 16,9%, para R$ 1,387 bilhão.
A empresa sentiu também efeitos do desaquecimento na demanda, especialmente por parte do varejo. As expedições recuaram em todos os segmentos: Deca (-7,3%), Madeira (-4,4%) e Cerâmicos (-25,1%).
Outro ponto que afetou o lucro da Dexco no período foi o aumento expressivo nas despesas com pagamento de juros da dívida, tendo em vista a escalada dos juros básicos no País. O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 94,373 milhões, piora de 244,7%.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e recorrente atingiu R$ 446,247 milhões, queda de 10,8% na mesma base de comparação anual. A margem encolheu 5,1 pontos porcentuais, para 20,2%.
O Ebitda ajustado e recorrente não conta os resultados da recém-inaugurada Divisão de Celulose Solúvel, apurada na linha de “evento não recorrente”. No trimestre, ela gerou um efeito negativo de R$ 30,6 milhões.
Apesar do recuo nas expedições, a receita líquida consolidada da Dexco totalizou R$ 2,213 bilhões, crescimento de 12,1%. A companhia informou que foi capaz de subir preços e melhorar o mix de produtos vendidos, com maior vazão de itens de maior valor agregado.
A Dexco teve uma queima de caixa de R$ 370,8 milhões no segundo trimestre explicado pela recomposição dos estoques e pelos investimentos maiores em sua base florestal. Segue em andamento também o ciclo de investimentos em diversos projetos anunciado ano passado.
A companhia chegou ao fim do segundo trimestre com dívida líquida de R$ 3,689 bilhões, o dobro do mesmo período do ano anterior. A dívida bruta subiu 82,5%, para R$ 5,650 bilhões, e o dinheiro disponível em caixa aumentou 48%, para R$ 1,961 bilhão. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado anualizado) subiu de 0,91x para 1,72x.