“Estamos tendo o segundo melhor primeiro semestre da história do setor”, disse o presidente da Abecip, José Ramos Rocha Neto, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do financiamento imobiliário nos primeiros seis meses deste ano.
A quantidade de unidades financiadas caiu 13%, para 542 mil. Rocha Neto ressaltou, entretanto, que o financiamento pode voltar a ultrapassar 1 milhão de unidades neste ano. A Abecip projeta que 2022 será o segundo melhor ano da história do setor – 2021 foi o melhor, até aqui.
Houve uma queda de 18% no financiamento à aquisição de imóveis, para R$ 65,5 bilhões. A Abecip destaca, porém, que a aquisição de imóveis novos subiu 5%, para R$ 26 bilhões. “A maior aquisição de imóvel novo é importante, retroalimenta as construtoras”, disse Rocha Neto.
SBPE
O financiamento imobiliário com recursos da poupança, o chamado SBPE, teve queda de 11,7% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 85,66 bilhões, de acordo com a Abecip.
No mês de junho, os financiamentos somaram R$ 16 bilhões, queda de 18,6% no intervalo de um ano, e de 6% em relação a maio deste ano. Ainda assim, foi o segundo melhor mês de junho da série histórica do SBPE, de acordo com a entidade.
Projeções
A Abecip estima que o financiamento imobiliário cairá 4% neste ano, para R$ 244 bilhões. Ainda assim, o ano deve ser o segundo melhor da história do setor, com a ajuda do crescimento dos financiamentos com recursos do FGTS.
A associação espera que estes desembolsos, que são menores no bolo do setor, subam 31%. O governo recentemente alterou as faixas de financiamento de programas que utilizam o FGTS como fonte de recurso, para fazer frente à inflação dos custos e preços do setor. Já o financiamento com recursos da poupança deve cair 12%.
“Não conseguiremos chegar ao volume de 2021, mas o ano de 2022 será robusto”, disse Rocha Neto.
O executivo disse ainda que o setor tem se beneficiado de uma segurança jurídica mais consolidada em âmbitos como o dos distratos. “Não podemos fazer com que decisões jurídicas fragilizem segurança jurídica”, afirmou.