O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 1,19 bilhão, ligeira alta de 0,2% na comparação anual. No critério ajustado, desconsiderando ganhos não recorrentes referentes à renovação da Malha Paulista no segundo trimestre de 2021, o indicador cresceu 4,8%.
A margem Ebitda do segundo trimestre ficou em 48,6%, queda de 5,4 pontos porcentuais sobre igual intervalo do ano passado. De acordo com a Rumo, o resultado “ainda reflete negociações comerciais em um momento desfavorável, por conta da quebra de safra do milho em 2021”. A empresa acrescenta que, com o maior preço de combustível, a margem é estruturalmente menor.
A receita operacional líquida atingiu R$ 2,46 bilhões de abril a junho, alta de 11,2% sobre igual período de 2021. Conforme a companhia, o resultado é consequência do aumento de 4,1% nos volumes e de 6,2% nas tarifas. “O crescimento de 20,2% na operação Norte e de 27,2% na operação de contêineres ajudou a atenuar a queda de 19,6% na operação Sul, consequência da quebra de safra de soja na região Sul”, destacou no balanço.
De abril a junho, o custo variável subiu 28,4% em razão dos maiores volumes e do aumento de 42% do preço do combustível, apesar do ganho de 7% em eficiência energética. Conforme a empresa, os custos fixos e despesas gerais e administrativas subiram 8,3%, refletindo uma menor concentração de despesas nesse trimestre, “aliado à disciplina de custos da companhia”.
Volumes
O volume transportado pela Rumo de abril a junho foi de 18,6 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil), alta de 4,1% sobre o mesmo período de 2021. “O resultado foi sustentado pela Operação Norte, que cresceu 15,4%, enquanto a Operação Sul teve a performance afetada pela quebra de safra”, informa a companhia.
No trimestre, a empresa destaca ter obtido crescimento de participação de mercado em grãos na Operação Norte, com 53% em Santos e 44% no Mato Grosso, crescimento de 4,3 pontos e 3,4 pontos, respectivamente.
Dívida
O endividamento abrangente bruto da Rumo ao final do segundo trimestre foi de R$ 17,1 bilhões, resultado 1,3% abaixo do período imediatamente anterior. O endividamento líquido manteve-se em R$ 9,6 bilhões na mesma base de comparação. Com isso, a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda também ficou estável na comparação trimestral, em 2,7 vezes.
No segundo trimestre, o capex da Rumo foi de R$ 678 milhões, queda de 34,9% na comparação anual. Segundo a empresa, isso reforça “o compromisso com a disciplina de capital e em linha com o guidance divulgado ao mercado”.
Já o capex recorrente no trimestre foi de R$ 285 milhões, 5% acima do mesmo intervalo de 2021. O capex de expansão alcançou R$ 393 milhões, recuo de 48,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda decorre principalmente dos menores níveis de investimento em locomotivas e terminais na Malha Central, após o início da operação em São Simão e Rio Verde.
“Apesar da redução apresentada, a Rumo segue implementando as obras do caderno de investimentos oriundos da renovação da Malha Paulista e da fase operacional da Malha Central, além da aquisição de vagões, obras de modernização na via permanente, duplicações e implantação do Positive Train Control – PTC”, destacou em balanço.
“Esses projetos, além de aumentarem a capacidade e trazerem maior nível de eficiência, permitem, entre outros ganhos, a redução do consumo de combustível, fundamental para redução de emissões específicas de gases de efeito estufa”, acrescentou.