O Inter fechou o segundo trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 15,525 milhões, revertendo prejuízo de R$ 30,498 milhões registrado no mesmo período do ano passado. No primeiro balanço divulgado após a migração da listagem para a Bolsa americana Nasdaq, o Inter passou a adotar o padrão IFRS para reportar seus resultados ao mercado.
O resultado antes da tributação ficou em R$ 11,871 milhões, de acordo com o Inter, ante perda de R$ 117,652 milhões registrada um ano antes.
Com o reporte sob padrão IFRS, o banco informou que a margem financeira líquida foi de 7% no segundo trimestre deste ano, alta de 0,1 ponto porcentual em um ano, e de 0,2 ponto em três meses. O custo de captação, por sua vez, atingiu 7,6% do CDI, ante 2,1% no mesmo intervalo de 2021, de acordo com o Inter.
Ao todo, as fontes de financiamento do neobanco somavam R$ 25,9 bilhões no final de junho, sendo a maior parte (38%) em depósitos à vista. “Dado o atual cenário de juros, os consumidores estão naturalmente alocando o excesso de liquidez em depósitos mais rentáveis”, afirma a instituição.
As receitas brutas totais do Inter, que consideram o somatório de todas as receitas operacionais, foram de R$ 1,461 bilhão no segundo trimestre, índice 130% maior que o do mesmo intervalo do ano passado. As receitas líquidas, por sua vez, subiram 88%, para R$ 877 milhões. Ao todo, R$ 316 milhões vinham dos serviços, volume 91% maior que o do mesmo período de 2021.
Em junho, o Inter tinha 20,7 milhões de clientes, 73% a mais que em junho de 2021, sendo 10,7 milhões deles ativos. Como resultado, a receita média por usuário ativo (ARPAC, na sigla em inglês) foi de R$ 32, 16,1% maior que a do mesmo período de 2021.
Já o custo de servir ficou em R$ 14 para cada cliente, baixa de 4,5% em um ano. O custo de aquisição subiu 17,9%, para R$ 32.
Crédito e ativos
No final do trimestre, a carteira bruta de crédito do Inter somava R$ 19,5 bilhões em operações, número que representava crescimento de 55,5% em um ano. A originação de crédito caiu 1%, para R$ 4,7 bilhões. O Inter afirma que 73% das operações são colateralizadas, e que decidiu desacelerar a originação de crédito dado o cenário de inadimplência em alta.
O índice, medido pelos atrasos acima de 90 dias, foi de 3,9% no trimestre, avanço de 0,9 p.p. em 12 meses.
Ao todo, o Inter tinha R$ 40,993 bilhões em ativos no final do segundo trimestre, alta de 32,3% em um ano. O patrimônio líquido era de R$ 7,115 bilhões, baixa de 18%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) era de 0,8%, ante retorno negativo em 2% um ano antes.
O índice de Basileia do Inter subiu 13,3 p.p. em um ano, e chegou a 32,9%.