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Ibovespa emenda 3ª alta e sobe 0,43%, a 113,5 mil pontos

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Estadão Conteúdos

De grão em grão, o Ibovespa estendeu nesta terça-feira pelo terceiro dia nova série de ganhos em agosto, vindo na semana passada de sete avanços consecutivos, com apenas duas perdas diárias até aqui no mês. Como na véspera, a referência da B3 mostrou indecisão em boa parte do dia, oscilando em torno da estabilidade, mas se firmou em alta no meio da tarde, com ganho moderado como na sessão anterior. Nesta terça, fechou em alta de 0,43%, aos 113.512,38 pontos, entre mínima de 112.689,84 e máxima de 113.626,04, saindo de abertura aos 113.033,79. O giro financeiro ficou em R$ 30,2 bilhões, um pouco abaixo da segunda-feira, embora mantendo o padrão de retomada visto recentemente.

“O mercado doméstico, como também o internacional, tem mostrado resiliência depois de dados de atividade econômica mais fracos divulgados esta semana nos Estados Unidos e na China. Aqui, o momento dos juros contribui, com o sinal sobre o fim do ciclo de alta da taxa de referência, o que é favorecido por inflação mais baixa – e também no exterior, com menos pressão nas commodities. Há um arrefecimento no curto prazo quanto aos preços”, um cenário macro global mais favorável que contribui para o apetite por risco também em ativos brasileiros, aponta Rodrigo Ashikawa, economista-chefe da Claritas, ressalvando que o início formal da campanha eleitoral, nesta terça, tende a trazer com o tempo volatilidade para os negócios.

“O que tem mandado é o fluxo do gringo, que tem mostrado interesse pelo preço”, observa Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, destacando nesta terça-feira o desempenho de setores como os de exportação, alimentos e bebidas, e o financeiro, bem como para Vale (ON +2,42%).

Mesmo com forte recuo do petróleo na sessão, em queda superior a 3%, as ações da Petrobras fecharam o dia em alta de 1,15% (ON) e 0,91% (PN). Os grandes bancos também foram moderadamente bem na sessão, com Bradesco (ON +1,75%, PN +1,44%) à frente. Ações de commodities e de bancos costumam ser vistas como porta de entrada do fluxo externo.

“Hoje, o mercado caminhou para uma leve alta acompanhando o exterior, que também trabalhou no campo positivo. Mas em alguns setores já se percebe uma certa realização (de lucros) após fortes altas em sessões anteriores, como o de siderurgia, com Gerdau (PN -2,36%) à frente, o que tem a ver também com expectativa de desaceleração da China, e nos Estados Unidos – em razão de grande parte do resultado da Gerdau, neste último trimestre, ter vindo da subsidiária nos Estados Unidos. Como o papel estava bem esticado, veio uma certa realização”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Por outro lado, Moliterno destaca o setor de proteína animal, com desempenho bem forte nesta terça-feira, “fora da curva”, com a queda de preço das commodities agrícolas, que são um fator de custo para o segmento. Na ponta do Ibovespa, BRF (+6,53%), à frente de Positivo (+4,94%), JBS (+4,89%) e Marfrig (+4,78%) nesta terça-feira. Na ponta oposta, Yduqs (-11,76%), Méliuz (-9,80%) e PetroRio (-3,99%).

“Apesar da pressão negativa das commodities no dia de hoje, com o petróleo e o minério de ferro corrigindo internacionalmente, as ações domésticas permaneceram dando ritmo ao Ibovespa, o que reflete a expectativa de menores altas nas taxas de juros. Se o mundo cresce menos, a inflação tende a ser mais baixa – e as ações que até então foram mais pressionadas podem ser beneficiadas por esse alívio”, observa Gabriel Félix, especialista em renda variável da Blue3.