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Vale investe R$ 210 milhões em projeto de automatização de operações

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Estadão Conteúdos

A Vale vai investir US$ 45 milhões (cerca de R$ 210 milhões) neste ano para acelerar seu programa de automatização de operações. A mineradora vai colocar em atividade novos caminhões, máquinas e perfuratrizes que se movimentam de forma autônoma, com uso de inteligência artificial, GPS e computador – sem a presença de operadores nas cabines. Serão adicionados mais 14 equipamentos do tipo até o fim do ano, elevando para 86 o tamanho da frota.

O gerente do Programa Autônomos da Vale, Pedro Bemfica, disse ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), que os investimentos na tecnologia reduzem significativamente os riscos aos quais os empregados estão expostos na área operacional, além de dar mais estabilidade à operação e gerar ganhos de eficiência. Desde 2016, a Vale investiu cerca de US$ 124 milhões (R$ 582 milhões) no projeto de automação, orçamento que vem crescendo ano a ano na companhia.

Em operação

Nesta semana, a Vale colocou em atividade o pátio autônomo no terminal portuário de Ilha Guaíba, no município de Mangaratiba, região metropolitana do Rio.

Bemfica conta que o terminal possui recuperadoras e empilhadeiras que movimentam 8 mil toneladas de minério por hora cada uma. Esses equipamentos eram operados a partir da cabine, localizada a até 40 metros de altura. Agora, essas máquinas são operadas a partir de um centro de controle.

“Não é uma teleoperação, em que o operador fica numa cabine longe do equipamento movimentando a máquina por joystick a partir de uma tela. Na verdade, agora a própria máquina executa o empilhamento, por meio de algoritmos”, diz ele. “Os operadores ainda programam como as pilhas de minério precisam ser montadas para melhorar a logística, mas a execução é da máquina.” Segundo Bemfica, a rápida tomada de decisões dos robôs reduz em 10% o tempo de embarque.

Os primeiros equipamentos autônomos a entrar em operação, em 2018, foram os caminhões fora de estrada, equipamentos gigantescos, com capacidade para mais de 300 toneladas, que rodam em minas como a Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), e Carajás, localizada no município de mesmo nome, no Pará. Atualmente são 18 perfuratrizes (brocas que cavam os minérios) e 24 caminhões fora de estrada autônomos em operação na mineradora, além de 30 máquinas de pátio em São Luís (MA), Carajás (PA) e Mangaratiba (RJ).

Segurança

Com o avanço dos autônomos, cerca de 260 empregados deixaram de atuar em áreas sujeitas aos riscos da operação, como as cavas das minas e os pátios de estocagem em Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro. Segundo a empresa, o processo foi acompanhado de um plano de requalificação dos empregados para atuarem com as novas tecnologias, seja em novas funções (como projetistas de pistas de caminhões) ou nas mesmas funções, interagindo com os veículos autônomos.

A tecnologia também contribui para atingir metas ambientais. Em Itabira (MG), as perfuratrizes autônomas apresentaram redução de 7,3% no consumo de combustível em comparação às tripuladas, reduzindo as emissões em 2.966 toneladas de CO2. Para absorver essa quantidade de emissões seria necessária uma área de 22 mil metros quadrados de florestas. Nos caminhões de Brucutu, em Minas Gerais, os pneus tiveram acréscimo de 25% na sua vida útil, por exemplo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.