Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Bullard falou de Jackson Hole, onde o BC dos EUA realiza a partir desta quinta seu tradicional simpósio anual, que costuma sinalizar as mais recentes diretrizes para a política monetária. Ele argumentou que, o se o Fed agir “logo e de modo agressivo”, deve conter a inflação “relativamente logo”. Mas também ponderou que existe o risco de que o BC tenha de manter os juros “mais elevados por mais tempo” com esse objetivo.
Bullard ressaltou a incerteza do quadro “volátil” atual, mas disse acreditar que provavelmente a inflação perdurará nos EUA mais do que muitos nos mercados esperam. Ele enfatizou que, na sua avaliação, os juros não estão elevados o suficiente, neste momento.
O presidente do Fed de St. Louis também se mostrou cauteloso quanto a eventuais de risco de recessão. Ele lembrou que há modelos para isso, mas considerou que eles muitas vezes falham, citando também o fato de que grandes recessões recentes do país não haviam sido previstas.
Bullard afirmou ainda que, diante do “choque gigante” da pandemia da covid-19, o Fed privilegiou fazer de tudo para proteger a economia.
Os dirigentes não sabiam qual seria o dano à economia, mas ela se mostrou mais resistente do que eles imaginavam. Agora é a hora de recuar, na política fiscal e na monetária. “Estamos fazendo essas duas coisas” nos EUA, resumiu.