Ele evitou criticar o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano, a quem chamou de “extraordinário”, porém observou que a máquina não devolve recursos.
Durante o evento, Guedes repetiu também diversas vezes a avaliação de que o Brasil engatou um ciclo de crescimento – que, segundo ele, deve ser longo – dessincronizado do restante do mundo.
Em meio à campanha do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pela reeleição, o ministro repetiu ainda a empresários gaúchos que acompanharam o evento no teatro da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) a promessa de finalmente lançar a Carteira Verde Amarela para reduzir os encargos trabalhistas nas contratações.
Repetindo que os encargos trabalhistas são armas de destruição de empregos em massa, Guedes considerou que o governo precisa reduzir os impostos, “muito altos”, pagos pelas empresas.
Orçamento
Guedes aproveitou a palestra a apoiadores para rebater os ataques sobre a perda de controle do Orçamento feitos na quinta-feira pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva na entrevista ao Jornal Nacional.
Em relação ao orçamento secreto, um dos temas criticados por Lula, Guedes sustentou que a classe política está se deixando ofender por um dispositivo criado pela própria oposição e que representa menos de 1% do Orçamento.
“Ontem, tinha candidato falando de orçamento secreto, quando quem criou o orçamento impositivo e emenda de relator foi a oposição”, afirmou o ministro. “Um gastava R$ 220 bilhões fazendo porto em Cuba, nosso caso é de menos de 1% do orçamento”, acrescentou Guedes, traçando uma comparação com o governo petista.
Populismo fiscal
Ao projetar o primeiro superávit das contas primárias do Governo Central desde 2013, o ministro da Economia rechaçou críticas de que o governo pratica populismo fiscal.
Reafirmando também a avaliação de que o Brasil cresce enquanto as economias desenvolvidas caminham a uma recessão, Guedes disse que o Produto Interno Bruto (PIB) só não avança mais por conta dos juros altos, dada a inflação elevada e persistente.
“Como têm coragem de falar em populismo fiscal em governo que zera déficit?”, questionou Guedes durante palestra promovida pela Aclame. “Este ano, teremos um pequeno superávit do governos central”, frisou o ministro.
‘Rolagem da desgraça’
Ao criticar o que chamou de “rolagem da desgraça”, em referência às previsões pessimistas de economistas, ele lembrou dos prognósticos de recessão neste ano não confirmados e destacou que, agora, o mercado está revendo as expectativas à inflação de 2022 para baixo.
Com o discurso interrompido diversas vezes por aplausos de apoiadores que compareceram ao teatro da Fiergs para ouvir o ministro, Guedes aproveitou para listar as reformas realizadas pelo governo que permitiram ao País, pela primeira vez em 30 anos, um crescimento baseado em investimentos privados.