No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 140,56 ienes, o euro caía a US$ 0,9931 e a libra tinha leve alta a US$ 1,1516, enquanto o índice DXY avançava 0,26%, a 109,824 pontos.
Anunciada na sexta-feira passada, o corte no fornecimento de gás pelo gasoduto Nord Stream 1, que liga Rússia à Alemanha, alimenta a crise energética no Velho Continente e piora ainda mais as perspectivas para a atividade na região.
Segundo o Commerzbank, a perspectiva de menos entregas de gás indica que o cenário já esperado de recessão na Alemanha se tornaria “ainda mais severo”, à medida que a probabilidade de racionamento durante o inverno cresce. Já a Eurasia entende que o corte russo não arruína completamente a meta de estocagem alemã para o inverno, de 95% da capacidade total até 1º de novembro. A consultoria política espera que ela seja atingida “por meio de importações alternativas, especialmente da Noruega e do acesso a cargas de gás natural liquefeito (GNL) importadas para a Bélgica e Holanda”.
Além do euro, a libra foi prejudicada pela notícia e atingiu US$ 1,1443 hoje, menor valor desde março de 2020, pouco mais de um mês após o Reino Unido sair da União Europeia (UE), movimento conhecido como Brexit.
A divisa britânica se recuperou após o Partido Conservador eleger Liz Truss como nova primeira-ministra do país. A ex-ministra de Relações Exteriores venceu pleito contra o ex-ministro de Finanças Rishi Sunak e vai substituir o atual premiê Boris Johnson. Na avaliação do ING, os planos de Truss para adotar um pacote fiscal de até 100 bilhões de libras pressionariam mais a inflação britânica e o aperto monetário do Banco da Inglaterra (BoE).
Dado o cenário de provável contração da economia do Reino Unido nos próximos trimestres, a libra não deve mostrar fôlego ante o dólar mesmo com uma combinação de política fiscal relaxada e política monetária contracionista, diz o banco holandês. Hoje, a dirigente do BoE, Catherine Mann, defendeu um aperto monetária mais “rápido e contundente” para moderar as expectativas inflacionárias e não deixar que elas afetem a meta de inflação a longo prazo.
Entre emergentes, o dólar subia a 6,9350 yuans, mesmo após o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) cortar a taxa de compulsórios bancários em dois pontos porcentuais, a 6%. O ING afirma que a ação do BC não deve alterar a tendência de depreciação do yuan, já que ela vem de um dólar mais forte e da expectativa de mais aumento de juros nos EUA.
O dólar ainda subia a 881,75 pesos chilenos, revertendo a queda vista no restante do dia ante a divisa do Chile. O mercado reagiu bem ao referendo que reprovou, ontem, a instituição da Constituição proposta no país. Analistas, porém, ressaltam ainda um quadro complicado para a economia local.