No mundo todo haverá mais de 87,5 milhões de pessoas milionárias em 2026, 40% a mais do que os 62,5 milhões registrados em 2021. “Países de renda média crescerão mais rápido que países desenvolvidos e vão diminuir a distância com o mundo desenvolvido”, aponta Anthony Shorrocks, economista e autor do relatório.
O estudo mostra que a riqueza global agregada totalizou US$ 463,6 trilhões em 2021, um aumento de 9,8% se corrigido pelo valor atual do dólar. Sem a correção pelo câmbio, o crescimento foi de 12,7%, a maior taxa anual já registrada.
A América do Norte respondeu por pouco mais da metade do aumento global, enquanto a China somou cerca de um quarto. Já África, Europa, Índia e América Latina juntas representaram apenas 11,1% do crescimento da riqueza global. “Esse valor baixo reflete a desvalorização generalizada [das moedas locais] em relação ao dólar americano nessas regiões”, afirma o relatório do Credit.
De acordo com Nannette Hechler-Fayd’herbe, diretora global de economia e pesquisa do Credit Suisse, a reversão dos ganhos excepcionais de riqueza de 2021 é provável em 2022 e 2023, já que vários países enfrentam um crescimento mais lento ou mesmo uma recessão. Mas apesar dessa perspectiva de arrefecimento, as projeções são de crescimento da riqueza global nos próximos anos.
A previsão é que a riqueza por adulto ultrapasse os US$ 100 mil em 2024. Em 2021, o número ficou em US$ 87,5 mil.
Desigualdade
A desigualdade de riqueza é alta em toda a América Latina, mas o Brasil destoa com índices ainda maiores, aponta o estudo. O Coeficiente de Gini do País foi de 89,2 em 2021, acima dos 84,5 em 2000 e um dos mais altos do mundo. O 1% mais rico entre os brasileiros possui 49,3% da riqueza total do País.
Em comparação com outros países da região, o Chile teve 79,4 pontos no Coeficiente de Gini em 2021 e o México, 80,4. Já a participação do 1% mais rico da população ficou em 30,2% em cada um desses dois países, em 2021.