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Para IBGE, retenção de recenseadores passa por melhora na taxa de remuneração

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Estadão Conteúdos

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que está levantando junto às unidades estaduais o valor que será necessário demandar ao governo para completar o trabalho de campo do Censo Demográfico 2022. A coleta está atrasada por falta de recenseador.

O IBGE tem 140.572 recenseadores contratados, mas apenas 95.448 deles produtivos. Embora haja dificuldade de recrutamento em alguns municípios específicos, o instituto reconhece que a retenção desses trabalhadores é um desafio, e a solução passa, fundamentalmente, pela melhora na taxa de remuneração.

“Nosso maior desafio hoje é aumentar o número (de recenseadores) que esteja efetivamente trabalhando”, contou Bruno Malheiros, coordenador de Recursos Humanos do IBGE. “A gente está aumentando a taxa de remuneração em diversos setores.”

Além da melhora na taxa de remuneração por questionários, o órgão também informou ter elevado o auxílio locomoção. “Acaba funcionando como um bônus”, disse Malheiros.

Recenseadores enfrentaram problemas no atraso de pagamento de auxílios e demora no depósito de salários, mas o IBGE diz que essas questões estão praticamente resolvidas, restando atualmente “situações extremamente pontuais”, segundo Malheiros.

O órgão está realocando verbas de outras áreas da operação censitária para investir na melhoria da taxa de produção e taxa de locomoção. Por ora, o dinheiro vem da “realocação de créditos orçamentários de outras rubricas”, como licitações fechadas por valor menor que o previsto, exemplificou Claudio Barbosa, coordenador operacional do Censo.

“Todo o crédito orçamentário que pedimos está disponível pro IBGE. Não houve nenhum contingenciamento”, afirmou Barbosa, embora reconheça que ainda avaliam a dimensão da necessidade de recursos extras.

O IBGE decidiu prorrogar a coleta em campo do Censo Demográfico até o início de dezembro. O trabalho de levantamento de informações, que começou em 1º de agosto, estava previsto para se estender apenas até o fim de outubro.

“Ou seja, a operação está atrasada. A gente estava esperando que fosse encerrar a operação agora na primeira semana de outubro”, contou Cimar Azeredo, diretor de Pesquisas do IBGE.

Ele confirma que o IBGE pode precisar de mais recursos para que o processo termine no prazo estimado. “É bem provável que sim, que a gente precise de mais recursos”, contou Azeredo.

Até 2 de outubro, foram recenseadas 104.445.750 pessoas, em 36.567.808 domicílios, o equivalente a 49% da população estimada no País. No Censo Demográfico de 2010, já tinham sido recenseados à essa altura da coleta 86,9% da população.

Os trabalhadores estão atuando em 282.838 dos 452.246 setores censitários do País, 62,54% do total. Sergipe é o estado mais adiantado em termos de setores trabalhados, 80,78%, seguido por Rio Grande do Norte (79,69%) e Piauí (79,06%). Os estados mais atrasados são Mato Grosso (apenas 38,49% dos setores trabalhados), Roraima (45,18%) e Acre (48,79%).

Cerca de 2,27% dos domicílios visitados até o momento se recusaram a responder. O IBGE diz que enfrenta mais resistência da parte de administradores de condomínios de alta renda, que estão sendo mapeados para que o instituto consiga acesso do recenseador aos moradores.

Em relação ao tipo de questionário, 88,2% dos domicílios já visitados responderam ao questionário básico e 11,8% ao ampliado. A maior parte dos questionários (99,5%) foi respondida de forma presencial, enquanto 81.620 domicílios optaram por responder pela internet e 85.309, pelo telefone.