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IBGE: Alta de 1,1% no volume de serviços prestados é a maior desde março de 2022

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Estadão Conteúdos

Os resultados do setor de serviços em julho apontam para uma continuidade do processo de normalização do funcionamento dos negócios, com a vacinação contra covid-19 permitindo a flexibilização de regras para conter a pandemia, afirmou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda há algum espaço para recuperações associadas à normalização, mas o setor recebeu também impulso do crescimento, devido a particularidades, de atividades como tecnologia da informação e transporte de carga, completou Lobo.

Conforme os dados da PMS, o volume de serviços prestados avançou 1,1% em julho ante junho. Foi a maior alta desde março deste ano e a terceira alta seguida, ressaltou Lobo. Nesses três meses, de maio a julho, a alta acumulada ficou em 2,4%. Além disso, embora o nível de atividade do setor de serviços esteja 1,8% abaixo do máximo já atingido na série histórica da PMS, iniciada em 2011, o patamar atingido em julho é o segundo maior desde que o recorde foi atingido, em novembro de 2014.

“O resultado de julho confirma o processo, passada a fase mais aguda da pandemia”, afirmou Lobo, ressaltando que, especificamente em julho, as férias escolares podem ter dado algum impulso para os serviços.

Embora a fase mais aguda da pandemia, Lobo afirmou que pode ainda haver algum espaço para recuperações associadas à normalização do funcionamento dos negócios. Isso porque, mesmo com as altas generalizadas, os serviços prestados às famílias ainda estão em nível de atividade 5,7% abaixo do registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia.

Questionado sobre o peso da inflação elevada nessa dinâmica, o pesquisador do IBGE lembrou que, mesmo assim, o volume de serviços prestados segue subindo. “A inflação traz reflexo, mas não é impeditivo para o crescimento. Ela pode desacelerar o crescimento”, afirmou Lobo.

O pesquisador destacou dois comportamentos ao longo da retomada na crise causada pela covid-19. Enquanto os serviços que dependem mais de conta social – como bares, restaurantes, hotéis, salões de beleza, lazer e entretenimento – crescem na esteira na esteira da normalização, atividades como os serviços de tecnologia da informação (TI) e de transporte de cargas foram impulsionados por particularidades.

No caso dos serviços de TI, o crescimento reflete a “transformação digital”, acelerada na pandemia, na maneira como as pessoas trabalham e consomem, disse Lobo. Em julho, os serviços de TI, subatividade dos serviços de informação e comunicação, voltaram a renovar o nível recorde em julho, em patamar 55,1% acima do registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia.

Já o transporte de cargas responde à maior demanda por logística com o comércio eletrônico e, também, a movimentação da produção do agronegócio, segundo Lobo. Em julho, a atividade dos serviços de transporte de cargas atingiu nível recorde da série da PMS.