“A reunião do comitê do FMI foi muito pessimista, cética. O clima foi de desalento, guerra é a maior preocupação… Fizeram um ataque e mostraram desalento à guerra da Rússia”, disse Guedes, em coletiva de imprensa, no início da noite desta sexta-feira, na Embaixada do Brasil, em Washington. “A segunda maior preocupação é combater inflação de frente e quem sofre são os mais pobres”, acrescentou.
Ao comentar sobre as falas de outros participantes no Comitê do FMI, Guedes disse que os países mais frágeis se lamentaram e os mais avançados reconheceram os ajustes que têm de fazer em termos de subida de juros para controlar a inflação. Além disso, a constatação de que o fiscal tem de ajudar o monetário, do contrário, “o juro vai embora”, segundo o ministro.
“Um deles pediu para que tivéssemos coração e a (Christine) Lagarde (presidente do BCE) disse que os presidentes dos bancos centrais não têm coração”, afirmou Guedes. Já o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, disse, que vai continuar subindo os juros e não sabe até quando, conforme ele.
“Mas se você evita o que tem de ser feito em economia, o custo é muito maior”, alertou Guedes.
Sobre o Brasil, o ministro reafirmou que o País vai no contramão, com as projeções de crescimento sendo revisadas para cima. “Tudo o que os avançados têm de fazer ainda, o Brasil já fez. Nossa moeda valorizou 8% esse ano, ao contrário de outras que podem desvalorizar com ajustes. Já fomos ao fundo do poço e estamos voltando. Os avançados ainda estão indo”, destacou Guedes.
“Acabou a complacência no exterior. A ficha caiu que situação é grave”, concluiu Guedes.