Em declarações públicas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem poupado a diretoria do BNDES, mas ataca o que seria “corporativismo” do departamento jurídico da instituição.
Outro risco apontado pela defesa do BNDES no Tribunal de Contas da União (TCU) é que os valores aportados no BNDES como funding (captação de recursos para investimentos) foram emprestados para empresas e projetos de infraestrutura, ou seja, precisam ficar no ativo enquanto o crédito não retorna. Para devolver os aportes, o banco terá de substituí-los por outros ativos no funding.
Os substitutos poderão, eventualmente, ter um custo superior ao dos títulos aportados, o que poderia acarretar prejuízos – por exemplo, se o custo do funding substituto for superior às taxas cobradas dos clientes finais nos empréstimos ativos.
PARTICIPAÇÕES ACIONÁRIAS
Na última quinta-feira, o BNDES aprovou uma redução de R$ 40 bilhões no capital da BNDESPar, sua empresa de participações. A subsidiária, detentora de boa parte da carteira de ações da instituição de fomento, tem sido sua principal fonte de lucros desde 2019, quando a estratégia de vender a maior parte das bilionárias posições em grandes companhias abertas foi acelerada.
Publicada no Diário Oficial da União (DOU), a ata da assembleia geral extraordinária de acionistas da BNDESPar – o único acionista é o BNDES – informa que a redução de capital ocorreu “por ser este excessivo em relação ao seu objeto social”. A redução se dará com “a restituição, em espécie, de capital ao BNDES”. Ou seja, o banco poderá usar esses recursos vindos da empresa de participações para substituir o “funding”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.