Uma piora nos indicadores de qualidade de crédito do Casino colocou o Assaí na mira do mercado na semana passada. As ações do Assaí caíram 9,22% no dia 18 de outubro com os rumores que agora se confirmam. A rede de atacarejo pondera, em seu comunicado, “que ainda não foi tomada nenhuma decisão final acerca da potencial transação, que seria implementada por meio de uma oferta pública secundária e poderia ser concluída ao final de novembro”, a depender da condições de mercado.
Fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmaram que o Casino estaria mais pressionado a resolver seus problemas de endividamento e, por isso, teria vindo à tona a possibilidade de se desfazer de seu melhor ativo da América Latina. O Casino tem 41% dos papéis do Assaí e a empresa é o ativo latino americano que oferece mais crescimento e caixa para a matriz francesa.
Os bancos BTG Pactual, Itaú BBA e J.P. Morgan S.A. foram contratados para analisar os termos dessa possível oferta. Segundo o comunicado do Assaí, o Casino ainda não tomou nenhuma decisão final sobre a venda.
Contexto
Os contratos de proteção contra calote (Credit Default Swap) do grupo francês têm subido rapidamente nas últimas semanas. “Em nossa opinião, o Assaí é a fonte de financiamento mais fácil/rápida para o Casino entre as três subsidiárias que cobrimos”, disseram em relatório publicado na semana passada os analistas Joseph Giordano, Nicolas Larrain, Guilherme Adami Vilela do JPMorgan.
O JPMorgan citava uma “deterioração implícita” na margem que o controlador Casino tem para cumprir com as garantias acordadas com os credores financeiros para o terceiro trimestre de 2022. Essa deterioração, para o analista de crédito do banco Neill Keaney, poderia significar uma aceleração do processo de alienação das subsidiárias do grupo na América Latina.
O Assaí pontua ainda, em fato relevante, que manterá seus acionistas e o mercado em geral informado sobre a existência de novos desdobramentos relevantes vinculados à potencial transação.