Já pararam para refletir sobre a conexão entre sorte e risco? Não só no mercado financeiro, mas na vida de uma forma geral, há uma proximidade em ambos que as vezes deixamos de lado.

Sorte e risco são irmãos, é a expressão concreta que todo resultado na vida é guiado por outras forças além do mero esforço individual. “Nada é tão bom nem tão ruim quanto parece”, frase dita por Scott Galloway, professor da Universidade de Nova Iorque.

Um exemplo que Morgan Housel traz em seu livro “A Psicologia Financeira” é a história de Bill Gates. O fundador da Microsoft estudou em uma das únicas escolas do mundo em que havia um computador na época, Lakeside School, nos arreadores de Seattle.

Aos 13 anos de idade, Bill Gates conheceu Paul Allen e ambos eram fascinados pelo computador, Teletype Model 30. Gates fazia parte das pouco mais de 300 crianças em idade escolar em 1968, das mais de 303 milhões no mundo, 18 milhões nos EUA, 270mil no estado de Washington e 100mil na área de Seattle, que tinha acesso a um computador, de 303 milhões para 300.

“Não fosse a Lakeside School, não haveria Microsoft” (Bill Gates).

Kent Evans, além de Gates e Allen era tão bom quanto eles em computação, bem próximo a Gates, que facilmente poderia ter sido um dos fundadores da Microsoft, mas que faleceu ao praticar montanhismo. A probabilidade de morrer praticando montanhismo enquanto criança é a mesma que os alunos da Lakeside School de ter acesso a um computador, 1 em 1 milhão. Sorte e risco.

O quanto da sorte está atrelado ao sucesso financeiro das pessoas? Ao comprar uma ação que fica estagnada por 5 anos, a decisão tomada foi errada? Ou é possível que a chance de lucro era de 80% e acabou ficando nos infelizes 20%, erro ou vivência de risco de forma concreta? Tendemos a ser simplistas quando se trata de sucesso e fracasso, conectando sucesso a decisões acertadas e fracasso a decisões erradas, somente.

Cornelius Vanderbilt montou uma rede de ferrovias por passar por cima da legislação de Nova Iorque que permitia rodovias apenas públicas. Assim como Rockefeller também montou seu império passando por cima de legislações da época. Em que momento a narrativa muda de “você não deixou que leis ultrapassadas atrapalhassem seu progresso” para “você cometeu um crime”? A linha que separa o ousado do imprudente pode ser bastante tênue e muitas vezes ela desaparece quando não se dá o peso adequado ao risco e à sorte.

Em 2006, Mark Zuckerberg, então CEO do Facebook, recusou a oferta de U$1bi da Yahoo! e seguiu seu caminho dando certo, essa história vai de encontro com a da mesma Yahoo! que recusou uma oferta de U$44,6 bi da Microsoft, em 2008 e hoje vale muito menos.

A ideia passada por Housel é concentrar-se menos em indivíduos específicos e mais em padrões gerais. Enquanto padrões gerais são mais palpáveis e atingíveis, indivíduos específicos estão associados a excessos de sorte ou risco.

Para lidar com o fracasso, organize sua vida financeira, tenha controle sobre seu tempo, de modo que uma meta financeira não alcançada ou um mau investimento não te tirem de campo, podendo seguir no jogo até que os números se mostrem a seu favor e para isso, conte com a assessoria da Valor Investimentos, afinal são 19 anos vencendo juntos.

Fonte: Psicologia Financeira (Morgan Housel)