Na média global, o volume de serviços prestados cresceu 0,9% em setembro agosto, com avanços em três das cinco atividades pesquisadas. O destaque foi o avanço de informação e comunicação (2,0%, terceiro resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 4,1%). As demais expansões ocorreram em serviços prestados às famílias (1,0%, sétimo crescimento seguido, um ganho acumulado de 11,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (0,2%). Na direção oposta, houve perdas nos transportes (-0,1%) e nos outros serviços (-0,3%).
O setor de serviços operava em setembro no ponto mais alto já registrado pela série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo IBGE. O desempenho superou o recorde anterior, registrado em novembro de 2014. Entre os subsetores, os serviços prestados às famílias estavam 12,5% abaixo do pico de maio de 2014, enquanto os serviços de informação e comunicação operavam em setembro de 2022 em patamar recorde. Os serviços profissionais, administrativos e complementares estavam 15,9% abaixo do ápice de março de 2012, e o segmento de outros serviços estava 9,9% abaixo do auge de janeiro de 2012. Os transportes funcionavam em patamar 0,1% aquém do recorde visto em agosto de 2022.
“O destaque deste mês foi a renovação desse pico da série histórica do setor de serviços”, afirmou Rodrigo Lobo.
O pesquisador do IBGE diz que o setor de serviços foi impulsionado por um “acelerado processo de transformação digital” que ocorreu na economia brasileira e mundial no momento mais agudo da pandemia. O movimento beneficiou o segmento de tecnologia da informação, que também cresceu com o “boom do comércio eletrônico”. As vendas online incentivaram ainda o transporte de cargas no País, que foi mais demandado também por alguns segmentos industriais e pelo agronegócio.
O setor de tecnologia da informação operava em setembro deste ano em nível recorde, enquanto o transporte de cargas estava apenas 0,5% abaixo do ponto mais alto da sua série histórica, alcançado no mês de agosto deste ano.
“São os dois segmentos que registraram ganho nesses últimos três anos, levando esse patamar de serviços para o patamar que está hoje”, disse Lobo. “A recuperação de serviços presenciais não contribuiu para levar os serviços para o patamar que está hoje.”
Após a alta no volume de serviços prestados em setembro ante agosto, o setor de serviços passou a funcionar em patamar 11,8% superior ao de fevereiro de 2020, antes do agravamento da crise sanitária no País. Os transportes passaram a operar 21,8% acima do nível pré-covid, e os serviços de informação e comunicação estavam 16,9% acima. O segmento de outros serviços estava 4,2% além do pré-pandemia, e os serviços profissionais e administrativos, 6,2% acima. Já os serviços prestados às famílias ainda estavam 3,9% abaixo.
“Os serviços às famílias crescem há sete meses seguidos. Ainda assim não é suficiente para levar essa atividade para o patamar pré-pandemia”, apontou Lobo. “Os serviços prestados às empresas foram os que alavancaram o setor de serviços nos últimos três anos.”