Desdobramentos do caso Credit Suisse
O Credit Suisse vem sofrendo quedas expressivas em seus ativos financeiros em todo o mundo, o que tem chamado a atenção de competidores locais no Brasil, especialmente no que diz respeito à área de gestão de fortunas.
Nesse contexto, a Lumina Capital Management, a Verde Asset Management e o Credit Suisse anunciaram estar em negociações para um acordo que permita à gestora de Daniel Goldberg adquirir uma participação acionária na asset fundada por Luis Stuhlberger, um dos multimercados mais longevos do mercado brasileiro.
As conversas foram abertas há meses e, embora as negociações ainda estejam em andamento, a Lumina negocia para comprar 15% da parcela do Credit Suisse e outros 15% dos sócios da Verde.
A ideia é que as gestoras permaneçam separadas, cada uma com sua estratégia e marca. A Lumina tem cerca de R$ 6 bilhões em ativos, enquanto a Verde chegou a reunir R$ 55 bilhões em 2021 em ativos sob gestão e, ao fim de janeiro, tinha R$ 31,4 bilhões, segundo a Anbima.
A Lumina e os sócios da Verde comprariam a participação remanescente do banco Credit Suisse para que o grupo suíço saia totalmente da operação.
Alerta de Ray Dalio
O fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio, alertou que a falência do Silicon Valley Bank (SVB) pode ter impacto significativo no mundo empresarial e além.
Ele afirmou que a falência do banco é um sinal inicial de que as rachaduras do sistema financeiro global estão aumentando.
Dalio explicou que a crise atual é consequência do estouro da bolha do ciclo da dívida de curto prazo após o Fed, banco central americano, aumentar a taxa de juros para combater a inflação, o que impactou diretamente a relação dívida-crédito.
Dalio comparou a quebra do SVB com um canário numa mina de carvão, indicando que o ambiente está envenenado. Ele acredita que haverá vendas forçadas de ativos a preços muito baixos, diluição do capital, movimento de fusão e aquisição e impacto negativo para os mercados e a economia.
Dalio afirmou que há uma boa chance de que a oferta de dívida do governo seja muito maior do que a demanda, o que causará taxas de juros reais muito altas para os mercados e a economia.
Ele acredita que o quadro financeiro/econômico nos próximos dois anos será difícil.