Segundo o Snic, os principais indicadores de vendas de materiais de construção, particularmente do cimento, continuam desacelerando em virtude da menor renda da população e crescente endividamento das famílias (atingiu 59,9%, o maior valor de toda a série histórica iniciada em 2005), alto nível de desemprego, diminuição do auxílio emergencial e elevação das taxas de juros e Inflação.
O acumulado do ano (janeiro a setembro) registrou um total de 49,2 milhões de toneladas vendidas, aumento de 9,7% comparado ao mesmo período do ano passado. A leve melhora na demanda do insumo pelas obras de infraestrutura, continuidade das obras e vendas imobiliárias são as principais razões e vetores de consumo do produto.
“O aumento dos lançamentos imobiliários sustenta o desempenho do setor de cimento, mas impõe cautela para o futuro. É fundamental que haja geração de renda e emprego para manter o fôlego da autoconstrução, continuidade dos lançamentos imobiliários e manutenção ritmo de obras para permanecermos com um alto nível de vendas de cimento”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
Segundo ele, a infraestrutura, que pode ser um grande indutor do consumo de cimento, ainda permanece com um desempenho abaixo do necessário.
De acordo com o Snic, há uma grande expectativa do início das obras de saneamento, que demandarão agregados, cimento, entre outros insumos. O sindicato lembra que a carteira de leilões do setor no país segue engordando e começa a produzir a primeira leva de projetos estruturados após a aprovação do novo marco legal do saneamento (lei nº 14.026/2020).
“Na lista atual do BNDES ainda estão previstas mais seis concessões nos próximos meses: dois blocos regionais em Alagoas, um no Rio de Janeiro, dois no Ceará, além da cidade de Porto Alegre (RS). Ao todo, estes contratos deverão somar R$ 16,4 bilhões de investimentos”, diz o Snic.