A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou a sessão regular sem 10,85%, de 10,495% no ajuste anterior, após tocar no limite de alta de 11,45% mais cedo. O DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 8,148%, de 7,922% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa quase estável, em 11,50% (mínima), de 11,497% na quinta-feira.
O anúncio das saídas de quatro integrantes da equipe econômica, incluindo o secretário do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o do secretário do Tesouro, Jeferson Bittencourt, na quinta à noite já trouxe estresse à curva pela manhã, que foi ganhando força na medida em que cresciam as especulações de que Guedes também deixaria o cargo. O ministro negou tudo em entrevista no período da tarde desta sexta. “Vamos trabalhar até o fim do governo”, disse.
Para o lugar de Bruno Funchal foi indicado o chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago. “Estou nomeando alguém bastante sênior, com muita formação, muita experiência”, afirmou Guedes.
“Guedes amenizou o problema, deu um ‘fico’ e disse que é R$ 400 e não mais, que era o que caberia. Isso deu uma segurada nesse dia horroroso para os mercados locais”, disse o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier.
A leitura é de que a permanência de Guedes estanca a sangria no curtíssimo prazo, mas o quadro para as contas públicas continua muito fragilizado pelas pressões políticas, até porque agora a PEC dos precatórios que vai abrir caminho para o Auxílio Brasil tem de ser aprovada nos plenários da Câmara e do Senado, para não gerar novos problemas de percurso.
As apostas para o Copom da próxima quarta-feira estão cada vez mais agressivas, com a expectativa de alta de 1,5 ponto na Selic amplamente majoritária. Nos Departamentos Econômicos, as previsões também tem sido revisadas. O Bradesco informou que agora espera avanço de 1,25 ponto porcentual, de 1 ponto antes, mesmo movimento feito pelo Credit Suisse.
Guedes praticamente avalizou a aceleração no ritmo de aperto ao afirmar que com a piora fiscal, “o BC tem de correr um pouco atrás com juro”. Ele alertou que é “obrigação do BC” não ficar atrás da curva e que é sua obrigação “dar cobertura” para a autoridade monetária.