Você saberia dizer qual fundo de investimento em ações apresentou no último ano (2018), apesar de toda a volatilidade da bolsa, a melhor relação entre risco e retorno do Brasil?
A resposta é: Alaska Black.
Fundada em 2015, o Alaska Black foi premiado no ranking InfoMoney/Ibmec como o melhor fundo de ações. A gestora tem como sócio Luiz Alves Paes de Barros, um dos maiores investidores do país e, para completar o time, a lenda do mercado está em companhia dos gestores Henrique Bredda e Ney Miyamoto.
Henrique Bredda esteve na Valor Investimentos e bateu um papo com clientes, participou da entrevista “De Frente com o Gestor”, explicando além do sucesso da exorbitante de rentabilidade dos últimos três anos, as expectativas do cenário doméstico em 2019 de aplicações em ativos da bolsa brasileira.
O gráfico abaixo demonstra o rendimento invejável que fundo Alaska Black entregou aos seus cotistas. Se observarmos os últimos 12 meses o rendimento foi de 30,4% (472,9 do CDI). Por outro lado, se recuarmos a lupa e ampliarmos o escopo para os últimos 36 meses, o rendimento bateu os 421,8% (1.264,3% do CDI) de rendimento.
Além de investir em ações de empresas brasileiras, o fundo pode operar câmbio e BDRs (recibos de ações de empresas internacionais que são negociadas aqui). Todavia, a estratégia principal desde 2016 tem sido ficar 100% comprado em ações de companhias nacionais e apostar na queda do dólar. O fato de comprar Bolsa e vender dólar responde a posição agressiva da equipe de gestão.
Veja os principais destaques da entrevista de Henrique Bredda concedida na Valor Investimentos
- Expectativa do mercado ao longo de 2019
Henrique Bredda – As pessoas estão deixando de ser pessimistas, além de estarem cada vez mais curiosas, a fim de mexer em seu portfólio pessoal e ir em busca de maior conhecimento em Bolsa. Ou seja, vejo muita gente interessada em mercado de ações. Um dos motivos são as taxas cada vez mais baixas do CDI e da Selic.
- Qual será a próxima Magazine Luiza?
Henrique Bredda – Estamos em uma fase intermediária. A primeira fase (final de 2015 – início de 2016) havia uma infinidade de ações small caps e mid caps (empresas de pequena e média capitalização) muito ruins, sem falar nas large caps com commodities em baixa, bancos defensivos e a economia fraca.
A fase que estamos atravessando é intermediária, ou seja, vemos as empresas voltando com programas de dividendos, dando lucro, crescendo e sem nenhum tipo de investimento. O ativo está barato e tem geração de caixa.
Além disso, observamos todo esse pacote nas ações que são líquidas, tais como: Petrobras, Vale, Ambev, Klabin, Suzano, Braskem.
Agora, pensando em quatro ou cinco anos, temos de nos preparar, visto que num ciclo de alta da Bolsa (fase final) tudo fica difícil novamente.
Motivos: várias empresas caras, queimando caixa via investimentos e acreditar na continuação do crescimento torna-se improvável. O momento que estamos vivenciando, hoje, é o melhor para a Bolsa.
- Commodities e cenário internacional
Henrique Bredda – Dentre as maiores alocações do fundo estão as commodities. Temos, em ordem, a Suzano, Klabin, Braskem, Petro e Vale. Sabemos que as commodities têm um peso grande na economia, escorregando para as outras empresas no Brasil.
Dessa forma, os impactos sentidos de fora acabam por influenciar empresas de outros segmentos. Como hipótese, o impacto mais severo externo seria se houvesse um crash na bolsa americana e uma mega desaceleração chinesa. No entanto, percebemos o contrário. A China, apesar do modelo de governo, possui a economia na mão.
Em relação aos Estados Unidos não vemos um possível problema de alavancagem a ponto de colocar em risco o sistema financeiro, quebrar uma seguradora etc., gerando um evento traumático.
A alavancagem do sistema financeiro americano, por exemplo, está muito mais baixa em relação a outros períodos que precederam algum tipo de crash. Então, se olharmos para o Brasil, temos uma recuperação cíclica que depende só da gente.
- Investidor brasileiro que tem vontade de se posicionar em Bolsa
Henrique Bredda – Para se posicionar em ações é preciso duas coisas. A primeira delas é descobrir qual alocação em bolsa que não o torne vulnerável. Exemplo: caso a aplicação seja de R$ 30 mil e se a bolsa cair 20% (R$ 6 mil), fazendo o investidor perder o sono, a aplicação deve ser menor.
Por outro lado, se você descobrir aquele volume que o deixa neutro, ou seja, se cair ou subir tanto faz, a pessoa descobriu o valor certo.
A partir daí, estamos no segundo passo.
É necessário estudar o assunto, ou melhor, estudar o papel para que o destino do dinheiro esteja adequado aos seus preceitos. Isso é uma forma do próprio investidor se proteger das vulnerabilidades do rumor.
A mensagem é que vale a pena se expor em ações no Brasil, há rentabilidade, mas é importante que se dimensione corretamente o quanto vai ser alocado, além de confiar e estudar aonde você irá alocar.