No trimestre, o cartão de crédito voltou a puxar o crescimento das transações, com alta de 25,6%, para R$ 527,6 bilhões. O cartão de débito teve crescimento mais tímido, de 1,2%, para R$ 240,5 bilhões. O pré-pago, por sua vez, aumentou 84,7%, para R$ 59 bilhões.
Já o número de transações cresceu 21% no trimestre, para 10 bilhões, com um aumento puxado pelos pré-pagos, com alta de 91,8% em um ano, para 1,5 bilhão de transações. O crédito ainda responde pela maior parte das operações: foram 4,6 bilhões delas, com alta de 19,5% em um ano.
Segundo a Abecs, em média, o brasileiro faz 110 milhões de pagamentos com cartões por dia. O maior tíquete médio é no crédito, com R$ 115. No débito, o valor médio por transação é de R$ 63, enquanto no pré-pago, gira em R$ 39, segundo os números da entidade.
Digital
As compras não presenciais com cartões, o que inclui compras feitas no e-commerce, por exemplo, somaram R$ 175,8 bilhões no trimestre, alta de 20% em um ano. Neste segmento, o cartão de crédito predomina, com R$ 170,7 bilhões em operações, alta de 21% em um ano.
Os cartões pré-pagos, por sua vez, estão se aproximando do débito nas compras não presenciais: chegaram a R$ 2,5 bilhões (+47,8% em um ano), contra R$ 2,6 bilhões do débito (-30,5%). A aceitação do débito no comércio digital sempre foi menor, e ao mesmo tempo, fintechs têm emitido cartões pré-pagos que são aceitos em compras online, através da trilha do crédito.
Os pagamentos por aproximação cresceram 162% em um ano, para R$ 150,6 bilhões, segundo a Abecs. O tíquete médio nesse tipo de pagamento foi maior no crédito, com R$ 70 por operação. Ao todo, foram 3 bilhões de operações no terceiro trimestre, alta de 157,5% em relação ao mesmo período de 2021.
Endividamento
A Abecs traçou comparações entre as diferentes linhas de crédito e sua participação no endividamento das famílias. O rotativo do cartão representa 3% do total, segundo a entidade. A lista é encabeçada pelo crédito imobiliário, com 36,1%, seguido do consignado, com 22,6%.
O uso de cartões sem juros, ou seja, com pagamentos em dia, representava 74,4% do total na carteira de pessoas físicas, segundo a Associação. Os 25,6% tinham uso com juros.
Entretanto, a inflação tem pesado sobre a capacidade de pagamento dos clientes. A inadimplência em cartões de crédito chegou a 7,3% em setembro deste ano, segundo dados do Banco Central compilados pela Abecs. A entidade afirma que o setor continua com rigor nas concessões, para manter a inadimplência sob controle.