As mudanças levarão um ano para serem concluídas e vão atingir 11 das 26 unidades de produção, informou a Acelen. A parada programada vai gerar quatro mil postos de trabalho até o pico das atividades, previsto para outubro de 2022.
Segundo a companhia, o objetivo é fazer com que a refinaria de 70 anos vendida pela Petrobras atinja os mais altos níveis e padrões de segurança e excelência internacionais, aumentando assim a competitividade da unidade dentro e fora do Brasil.
“Esta estratégia possibilita a Acelen a oportunidade de apresentar novos produtos, otimizar o atendimento aos seus clientes, expandir sua produção para outros mercados, e, simultaneamente, garantir segurança no abastecimento do mercado regional e nacional”, explicou a empresa em nota.
A Refinaria de Mataripe, ex-Landulpho Alves, tem capacidade para processar mais de 300 mil barris de petróleo por dia, o que corresponde a 14% da capacidade total de refino do País. Responde também por mais da metade do abastecimento na região Nordeste. A empresa tem mantido seus preços mais alinhados com o mercado internacional do que a Petrobras, e já admitiu a possibilidade de exportar produtos se os preços internos não seguirem a livre concorrência.
A falta de reajustes mais intensos da Petrobras chegaram a ameaçar o abastecimento do País antes do mega aumento concedido pela Petrobras em 11 de março, após dois meses de congelamento, quando anunciou aumento da gasolina em 18,7%, do diesel em 24,9% e do gás de cozinha em 16%.
Nesta segunda-feira, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem no porto de Aratu, na Bahia, era de 9% para o óleo diesel e de 6% para a gasolina, enquanto o porto de Santos, em São Paulo, estado atendido pelas refinarias da Petrobras, essa defasagem é de 18% e 10%, respectivamente, inviabilizando as importações dos produtos.
Os preços defasados no mercado interno têm sido um obstáculo para a venda de sete refinarias que fazem parte do plano de desinvestimento da Petrobras, em acordo feito com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O prazo para a venda foi estendido pelo órgão, mas a estatal tem enfrentado a incerteza dos investidores diante de uma eventual interferência na política de preços da empresa pelo governo, que já trocou três vezes o presidente da estatal por causa dos altos preços dos combustíveis e vem dando sinais nesse sentido, com a proximidade das eleições e a pressão dos caminhoneiros. A categoria apoiou o presidente Jair Bolsonaro em 2018 e agora cobra a redução do preço do diesel.