Por trás do movimento, a AEB destaca a valorização das cotações internacionais do petróleo bruto, soja em grão, milho, café e óleos combustíveis, produtos que o Brasil manda para o exterior em grande quantidade. Se confirmadas as projeções, o Brasil deve avançar quatro posições no ranking mundial de exportação, saltando do 26º lugar para a 22ª posição.
Ainda assim, a AEB aponta que as projeções de valores envolvidos poderiam ser ainda melhores, não fosse a expectativa de redução nos volumes exportados para os três principais produtos da pauta brasileira na comparação com 2021: minério de ferro (-10,4%), petróleo (-7,9%) e soja em grão (-12,8%).
Com relação ao minério de ferro, a variação negativa também vem na cotação projetada. Em 2021, o preço médio da tonelada do produto ficou em US$ 125, mas a AEB projeta cotação média de US$ 93,3 para 2022. Somada à queda de volume, isso representa redução de quase US$ 15 bilhões nas exportações ante 2021, segundo a AEB.
Para o petróleo e a soja, as cotações mais altas compensam a perda no volume projetado. No primeiro caso, a AEB espera um preço de US$ 625,2 para a tonelada do petróleo este ano, ante US$ 449 em 2021.
Já para a soja, a cotação média projetada para 2022 é de US$ 582,6, ante US$ 449 no ano passado. Isso significaria valorização de 29,7%, capaz de compensar em termos de faturamento a queda do volume exportado de 86 milhões de toneladas, em 2021, para cerca de 75 milhões de toneladas projetadas para este ano. Com o mau desempenho do minério de ferro nos dois parâmetros, a soja em grão deve retomar a liderança das exportações brasileiras, com resultado de US$ 43,698 bilhões.
“Chama a atenção o fato de os três principais produtos de exportação, soja, petróleo e minério de ferro, que representam mais de 35% das exportações totais do Brasil, projetarem queda em seus volumes de exportação, impactando a receita total de exportações, reduzindo o superávit comercial e limitando o crescimento da corrente de comércio”, diz a AEB em nota.
Importações
Do lado das importações, a expectativa de recorde é ainda mais inédita. A previsão de US$ 265,3 bilhões, alta de 21% ante 2021, pode ser um novo recorde, superando o montante de 2013 (US$ 239,6 bilhões), destacou a AEB. o movimento também se deve às expressivas altas de preço em bens da indústria de transformação no mundo. Confirmadas as projeções, o Brasil saltaria do 29º lugar para a 24ª posição no ranking mundial de importações.