Durante entrevista coletiva à imprensa, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, destacou que houve uma mudança na composição dos estoques, com maior acúmulo de veículos agora nas concessionárias: 71,6 mil unidades, em novembro, para 89,8 mil veículos no fim de dezembro. Mesmo assim, ele considerou que o nível dos estoques segue baixo.
Nos últimos dois meses, as montadoras correram para finalizar automóveis cuja produção não seria mais permitida neste ano por conta do aperto nos limites de poluição veicular aceitos no País. O Ibama acabou dando mais três meses para a indústria terminar de montar esses veículos, mas a autorização só foi conhecida no apagar das luzes de 2021, contribuindo à chegada de mais carros nas revendas.
Moraes lembrou que a redução dos estoques, que chegaram a cair aos níveis mais baixos da história no ano passado, se deve aos gargalos de produção no setor, dado que as fábricas tiveram que parar com frequência a produção por falta de peças.
‘Fenômeno global’
Ele também observou que o movimento segue um fenômeno global de estoques mais enxutos em outros mercados. Nos Estados Unidos, segundo maior mercado do mundo, os estoques chegavam a rodar em nível por volta de 70 dias de dias, mas agora estão na faixa de 20 a 25 dias. “O que estamos enfrentando no Brasil é um fenômeno global.”
O presidente da Anfavea atribuiu o crescimento da produção de veículos no Brasil em dezembro, a maior do ano, ao esforço das áreas de compras e logística das montadoras para assegurar disponibilidade de peças no fim do ano.
O desempenho, explicou, só foi possível após muitas conversas com fornecedores e matrizes no exterior para tornar viável a chegada de lotes de componentes eletrônicos, permitindo assim ao setor cumprir com as entregas finais de 2021 tanto no mercado interno quanto nas exportações.
“O número de produção foi muito bom em dezembro”, comentou o presidente da Anfavea.