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Após liberação de 72 carretas, fila na fronteira com Venezuela tem 800 caminhões

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Estadão Conteúdos

Apesar da liberação de 72 carretas com alimentos perecíveis nesta quinta-feira, a fila de caminhões parados na fronteira do Brasil com a Venezuela segue aumentando durante a operação padrão da Receita Federal. De acordo com estimativas do próprio órgão, o número de veículos na fila do sistema para despacho aduaneiro já chega a 800.

“A operação padrão continua, pois o governo federal infelizmente não reconheceu nosso trabalho. Hoje, liberamos as cargas perecíveis 72 cargas. Porém, a quantidade de cargas que chegam do Estado do Amazonas e Roraima é constante. A fila, infelizmente, aumentou. Estimamos em 300 carretas em espera no asfalto e outras 500 em deslocamento”, afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o inspetor adjunto da Receita em Pacaraima (RR), Aderaldo Eugênio da Silva.

O diretor do Departamento de Comércio Exterior da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Roraima, Eduardo Oestreicher, disse ter a expectativa de que pelo menos 85 carretas sejam liberadas por dia ao longo desta semana. “Esse é um número expressivo até para um dia de fluxo normal. Mas deve levar um tempo até que o volume represado seja liberado. É preciso reconhecer que a inspetoria da Receita em Pacaraima é uma das melhores médias de tempo de despacho de exportações no Brasil”, acrescentou.

A maior parte da frota leva alimentos exportados pelos produtores roraimenses ao país vizinho, que enfrenta há anos restrições de produção. Pela manhã, o governo de Roraima estimou que a carga parada na fronteira somava R$ 150 milhões. A maior parte é de gêneros não perecíveis em curto prazo, como grãos, mas havia também mantimentos que preocupam, como carnes.

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), se reuniu na quarta-feira com os sindicatos de transportadores da região e com representantes do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) no Estado. O impasse, porém, está nas mãos do governo federal.

Procurado nesta quinta, o Sindifisco relatou que não houve nenhum avanço nas negociações com o governo sobre o bônus de eficiência. A categoria segue em “operação tartaruga” e mais de 1.200 auditores já haviam entregado os cargos de chefia e coordenação no começo dessa semana, em um total de 7.500.

O movimento começou após o presidente Bolsonaro anunciar em dezembro que faria uma reestruturação das carreiras policiais ligadas ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. O governo chegou a reservar R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022 para atender apenas as categorias de segurança que são base de apoio do seu governo.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) aprovou no fim de dezembro um calendário de mobilização de servidores públicos por reajuste salarial, incluindo paralisações em janeiro – a primeira no dia 18 -, e assembleias em fevereiro para deliberar sobre uma greve geral. O presidente do Fonacate, Rudinei Marques, confirmou nesta quinta que não houve até o momento qualquer sinalização do governo no sentido de abrir uma negociação.