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Balanços e política local empurram Ibovespa para um novo dia de baixa

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Estadão Conteúdos

O Ibovespa volta a cair com força nesta quarta-feira, 26, após duas sessões seguidas de baixa. O ambiente externo é negativo, com recuo da maioria das bolsas no ocidente e do minério de ferro na China (-1,27%). Por aqui, ainda há cautela com a disputa eleitoral. As ações de empresas estatais se destacam em baixa, bem como as do setor financeiro, em meio ao quadro cauteloso com as eleições e após o balanço do Santander Brasil.

“Essa semana deve ser assim, com investidores na defensiva, em meio a especulações em cima do que será o resultado do segundo turno das eleições. Por isso, vemos esse descolamento em relação ao exterior ontem aqui caiu e lá fora subiu”, avalia o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Na opinião de Rodrigo Ashikawa, economista da Claritas, o Ibovespa parece reagir mais às eleições pois há muita incerteza a quem quer que seja o vencedor do pleito para presidente do Brasil. “Foi uma corrida apertada no primeiro turno. Agora, além do resultado em si, o importante será entender o dia seguinte, como será a pauta econômica para o próximo mandato e a relação com o Congresso”, cita.

Nem mesmo a valorização do petróleo e o Caged de setembro animam. Houve geração de 278.085 vagas de emprego formal no mês passado (mediana: 261 mil).

“Aqui começou o dia um pouco mais nervoso, o que já temos vistos nos últimos dias. Do lado econômico, os sinais até foram positivos”, afirma o economista da Claritas. Segundo ele, embora o IPCA-15 de outubro tenha subido (0,16%), acima da mediana de 0,09% das estimativas, informado ontem, mostra sinais de melhora da inflação. “E hoje esperamos um Banco Central mais parecido com a decisão passada, dado que a inflação está mais acomoda. Pode vir com uma mensagem de cautela em relação aos próximos passos, mas o consenso é manutenção da Selic em 13,75%”, estima Ashikawa.

As preocupações com o segundo turno das eleições, no domingo, seguem pressionado os ativos domésticos, de forma a fazer com que os mesmos de descolem do exterior. Ontem, enquanto Wall Street acumulou ganhos pelo terceiro pregão consecutivo, o índice Bovespa fechou em baixa pela segunda sessão seguida, com recuo de 1,20%, aos 114.625,59 pontos. Com isso, já acumula perdas de mais de 5% nesta semana. O risco é que o Ibovespa vá além, acelere a desvalorização, indo para o suporte dos 112 mil pontos. Mais cedo, caiu 1,47%, com mínima aos 112.942 pontos.

No político, destaque para a pesquisa Genial/Quaest mostra que o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 48% das intenções de voto, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, tem 42%.

Em Nova York, chama a atenção o declínio de quase 2% do Nasdaq, após balanços da Microsoft e Alphabet. O receio é de que o quadro exposto por alguns balanços internacionais respingue nos resultados no Brasil, que começam a ganhar tração. Hoje, por exemplo, saiu o do Santander Brasil. O lucro do banco, de R$ 3,122 bilhões, ficou 13,75% abaixo das projeções de mercado coletadas pelo Prévias Broadcast, que apontavam lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) de R$ 3,62 bilhões.

“As perspectivas cautelosas das empresas se alinham aos crescentes sinais de perda de fôlego da economia norte-americana, o que tem alterado a percepção sobre a magnitude do ajuste monetário ainda por vir”, descreve em nota Campos Neto.

Já em relação ao corporativo, os investidores ficam atentos aos balanços financeiros de grandes empresas como Telefônica Brasil, Santander Brasil , Weg e Neoenergia, além dos dados operacionais de Carrefour, Energisa e Equatorial e dos dados de agosto da Oi.

Às 11h14, o Ibovespa caía 0,99%, aos 113.489,86 pontos. Petrobras cedia 2,24% (PN) e 2,01% (ON), enquanto Banco do Brasil perdia 1,87%. Unit de Santander recuava 6,09%.