A instituição projeta que as cotações dos produtos energéticos saltarão 50,5% em 2022, antes de arrefecerem e recuarem 12,4% em 2023.
Já para os preços de commodities alimentares, a expectativa é de um avanço de 22,9% este ano e uma queda de 10,4% no próximo. Apesar do recuo esperado, a tendência é de que os valores sigam altos até pelo menos 2024.
O vice-presidente da entidade para Crescimento, Finanças e Instituições Justas, Indermit Gill, avalia que o cenário representa o maior choque de commodities desde a década de 1970, agravado por restrições ao comércio de alimentos, combustíveis e fertilizantes. “Esses desdobramentos começaram a levantar o espectro da estagflação. Os formuladores de políticas devem aproveitar todas as oportunidades para aumentar o crescimento econômico doméstico e evitar ações que prejudiquem a economia global”, recomenda.
O Banco Mundial prevê ainda que o preço do petróleo Brent ficará em uma média de US$ 100 por barril este ano, no maior nível desde 2013, mas deve moderar a US$ 92 em 2023. Já a cotação do trigo deve disparar 40% em 2022 e atingir o maior valor nominal, o que deve impor pressão a economias desenvolvidas.
O banco estima que os preços do metais básicos subirão 22,2% este ano e cairão 8,3% no próximo, enquanto os de metais preciosos avançarão 3% em 2022 e recuarão 8,9% em 2023.
A entidade explica que o conflito no Leste Europeu diminuiu a possibilidade de substituição de commodities energéticas por outros combustíveis fósseis.
Ressalta ainda que o quadro provocou uma escalada dos custos de produção. Segundo o Banco, até o momento, a maior parte dos governos respondeu ao choque com cortes de impostos e subsídios, o que pode causar algum alívio no curto prazo, mas tende a aquecer a demanda e, dessa forma, manter os preços elevados.
A guerra também teve efeitos no fluxo comerciais que podem resultar em um ambiente de inflação alta mais duradouro, acrescenta o relatório.