Na avaliação do Sinal, os relatórios e análises preparatórias para o Copom e para o Comef não são atividades essenciais, seguindo o parâmetro da lei da greve. Na terça-feira, em resposta ao questionamento da reportagem, o BC disse que o Boletim Focus, os indicadores selecionados e as notas estatísticas, como de crédito, só serão publicados após o fim do movimento, mas afirmou que “a produção das apresentações de conjuntura para o Copom é atividade essencial e, portanto, será realizada durante a greve”.
Segundo afirmou o presidente do Sinal, Fábio Faiad, ao Estadão/Broadcast, a negociação da lista de serviços essenciais ainda continua. O sindicato ainda reforçou que os servidores não vão interromper o Pix, mas que o serviço pode ser afetado parcialmente pelo monitoramento e manutenção precários durante a greve.
“A greve poderá interromper parcialmente a distribuição de moedas e cédulas. E poderá interromper, parcial ou totalmente, a divulgação do boletim Focus e de diversas Taxas, as atividades prévias de preparação do COMEF e do COPOM, o atendimento ao público, reuniões e eventos com o sistema financeiro e outras atividades”, disse, em nota.
“As atividades que forem colocadas em contingência terão ampliação de risco operacional e podem sofrer interrupções parciais por conta de problemas derivados disso, haja vista a precária manutenção e o insuficiente monitoramento causados pelo regime de contingência: mesas de operações, sistema do PIX etc”, completou.
A greve dos servidores do BC foi iniciada na sexta-feira (1º) e tem prazo indeterminado, em busca de reestruturação de carreira e recomposição salarial de 26,3%. A expectativa é de adesão de 60% dos servidores, cerca de 725 dos comissionados já deixaram seus cargos, conforme o Sinal.
O sindicato tem feito assembleias regulares para definir os rumos do movimento. Ontem, houve a presença de 1.270 servidores, segundo o Sinal, de um total de 3.500 na ativa, em que 90% votaram pela continuidade da paralisação. Na sexta-feira (8), deve ocorrer outra reunião.
A assembleia ocorreu após o encontro entre o Sinal e o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia, Leonardo Sultani. Segundo o presidente do Sinal, Fábio Faiad, o governo não apresentou qualquer proposta oficial para a reestruturação da carreira e para aumentar os salários.