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BCE/ATA: dirigentes acreditam que inflação alta exige medidas de normalização

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Estadão Conteúdos

Na mais recente reunião do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), muitos dirigentes argumentaram que o atual nível elevado de inflação na zona do euro demanda medidas imediatas para normalização da política monetária. A informação consta na ata referente ao encontro, divulgada há nesta quinta-feira, 7.

Segundo o documento, projeções indicam que as taxas inflacionárias permanecerão acima da meta de 2% em 2023. “Um período mais longo de inflação acima da meta levaria a um risco maior de desancoragem ascendente das expectativas de inflação de prazo mais longo”, destaca o texto.

Ainda de acordo com o relatório, os participantes da reunião pontuaram que as previsões sugerem que a inflação em 2024 estará em linha com a meta. Os dirigentes acrescentaram, no entanto, que o Conselho do BCE não pode mais minimizar a recente inflação alta, mesmo que o movimento seja resultado de choques de oferta. A política monetária na zona do euro, acrescenta a ata, está atualmente acomodatícia.

Compra de Ativos

Na ata, alguns dirigentes do BCE defenderam que a instituição deveria se comprometer a encerrar o Programa de Compra de Ativos (APP, na sigla em inglês) no verão do hemisfério norte. “Isso pode abrir caminho para um possível aumento de juros no terceiro trimestre deste ano, à luz da deterioração das perspectivas de inflação”, ressalta o documento.

Segundo o relatório, houve “ampla concordância” sobre os efeitos iniciais da guerra entre Rússia e Ucrânia na economia da zona do euro, com alta inflacionária e pressão sobre o crescimento econômico. Os dirigentes concordaram com a avaliação do economista-chefe do BCE, Philip Lane, de que o conflito começou em um período de forte recuperação da atividade.

Mesmo assim, alguns membros do Conselho acreditam que o banco deve adotar uma postura de “espera para ver” em meio às altas incertezas decorrentes da guerra.