A RIOGaleão, controlada pela Changi, contesta que o aditivo tenha como base o cronograma de pagamento de outorga firmado em 2014, primeiro ano da concessão, e não a reprogramação de outorgas adotada em 2017. A Anac sustenta que o equilíbrio econômico-financeiro do contrato não foi impactado pela reprogramação.
Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), caso a tese da RIOGaleão fosse aceita, poderia haver uma diferença bilionária em benefício da concessionária. Quando uma empresa decide devolver antecipadamente um ativo para o poder concedente, ela é indenizada pelos investimentos não amortizados.
A urgência no caso se dá porque o aditivo da relicitação precisa ser assinado até esta segunda-feira, prazo previsto no decreto presidencial que trata da devolução do ativo. Se não for assinado, o que se mantém são as regras acertadas na reprogramação e, portanto, a concessionária terá de retomar os pagamentos em 2023, de cerca R$ 1 bilhão por ano.
Pouco mais de oito anos depois de ter a concessão leiloada por R$ 19 bilhões, a empresa decidiu em fevereiro devolver o ativo à União, alegando “incapacidade de cumprimento das obrigações originárias do contrato”.
A concessionária citou o mau desempenho econômico do Brasil desde 2014 e os efeitos negativos da pandemia de covid-19 sobre a aviação civil ao anunciar a devolução.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.