Coelho deixou a empresa na segunda-feira, 20, após três semanas de pressão para que renunciasse e abrisse espaço para a equipe econômica, na figura do atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, que se aprovado pelos órgãos de elegibilidade da estatal será o quarto presidente em quase quatro anos de governo.
O objetivo da troca é segurar os preços dos combustíveis para tentar reeleger Bolsonaro nas eleições de outubro. Com a renúncia de Coelho, a sucessão foi abreviada, já que não será necessário realizar uma assembleia de acionistas. “A renúncia cria um atalho no processo regulamentar de sua substituição. Processo esse delongado pelo decreto 11.048/2022, de 19 de abril passado, do próprio Bolsonaro”.
Rosângela Buzanelli lembra que não é a primeira vez que Bolsonaro trata mal um presidente da estatal quando deseja sua demissão. Desta vez, porém, a proximidade das eleições foi um ingrediente a mais que levou inclusive a agressões pelas redes sociais.
“A proximidade do pleito eleitoral, que imprimiu pressões de toda sorte para provocar a renúncia, inclusive nas redes sociais onde um esquadrão de fanáticos (ou robôs?) estimulados pelo discurso presidencial imprimiu o tom da violência, ódio e intimidação, característicos desse público”, afirmou a conselheira.
De acordo com Rosângela Buzanelli, enquanto Bolsonaro tenta transformar a companhia em um clube de futebol, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fala na privatização da empresa, o que será rebatido pela categoria.
“A categoria petroleira saberá defender a companhia e, certamente, terá muitos aliados nessa luta”, concluiu a conselheira.