A conclusão do inquérito gerou um processo administrativo sancionador. Nele, José Carlos Cardoso, então CEO do IRB, é acusado de falha em seu dever de diligência ao divulgar informação falsa ao mercado, sem verificação de veracidade. Fernando Passos, então CFO, foi acusado de perpetrar a irregularidade de manipulação de preços no mercado de valores mobiliários.
Na época, o IRB divulgou que o Berkshire Hathaway havia quase triplicado sua fatia na empresa. O fundo teria aproveitado a baixa das ações da resseguradora – causada pelo entrevero com a gestora Squadra – para aumentar sua posição. O próprio Berkshire Hathaway, porém, tomou a iniciativa de negar a participação ao informar que “(…) nunca foi acionista do IRB e não tem intenção de se tornar um”.
Após a divulgação do comunicado, os papéis do IRB sofreram um duro revés na B3 e chegaram a ser negociados com queda de 25%, a R$ 20,80. Com isso, a área técnica da CVM abriu um inquérito, na época, para avaliar as possíveis irregularidades em operações na B3 envolvendo as ações ordinárias e derivativos de emissão do IRB, no período de 1º de janeiro a 31 de março de 2020.
A CVM informou que existem outros três processos relacionados ao IRB em andamento na autarquia e que apuram, em especial, suspeitas de manipulação com papéis da resseguradora. Existe ainda um inquérito administrativo que apura eventuais irregularidades relacionadas à divulgação de informações por parte do IRB e seus administradores