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Diretor do Fed defende aceleração do ‘tapering’ nos EUA

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Estadão Conteúdos

Diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Christopher Waller defendeu nesta sexta-feira a aceleração do “tapering”, como é processo de finalização do programa de compras de ativos. Para ele, a maior economia do planeta continua crescendo e gerando empregos em ritmo rápido.

“A rápida melhora no mercado de trabalho e a deterioração dos dados da inflação levaram-me a favorecer um ritmo mais rápido de tapering e uma remoção mais rápida da acomodação em 2022”, argumentou Waller, em evento no Centro de Estabilidade Financeira, em Nova York.

O dirigente acrescentou que os EUA estão aceleradamente retornando ao nível de pleno emprego, apesar das incertezas do lado da oferta. Segundo ele, a atividade econômica desacelerou no terceiro trimestre por conta da variante delta do coronavírus, mas deve retomar expansão “robusta” nos últimos três meses de 2021 e no primeiro semestre do ano que vem.

Waller disse ainda que segue “otimista” de que a recuperação continuará “forte”, mas reconheceu os riscos de que gargalos na cadeia produtiva contenham os ganhos no mercado de trabalho e na produção. “A inflação pode complicar a gestão da política monetária do FOMC Comitê Federal de Mercado Aberto em 2022”, admitiu.

Inflação

O diretor do Federal Reserve criticou o discurso de que a escalada recente da inflação nos Estados Unidos é temporária e que, por isso, a autoridade monetária não deve responder ao movimento. “Considero esse argumento complicado”, afirmou.

O dirigente explicou que todos os choques econômicos tendem a ser transitórios e que o mais importante é avaliar a magnitude desses eventos. Na visão dele, as pressões inflacionárias no país ficaram mais generalizadas e duradouras do que o previsto por economistas anteriormente. “Acredito que essas pressões estejam relacionadas tanto às restrições de oferta, que podem estar começando a melhorar, quanto à forte demanda, que não dá sinais de diminuir”, disse.

Waller acrescentou que pesquisas mostram expectativas de inflação média acima de 4%, com investidores de títulos requerendo 3% de prêmio como compensação. “É muito preocupante para mim que as famílias e os mercados não esperem mais que mantenhamos a inflação perto de nossa meta de 2% nos próximos três a cinco anos”, destacou.

O diretor comentou ainda que “ficaria muito preocupado” se as famílias começassem a exigir salários mais altos para compensar a inflação esperada, o que poderia elevar os preços no curto prazo e mantê-los elevados por algum tempo. “Essa possibilidade é um risco para o cenário de inflação que estou observando com atenção”, pontuou.