Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a ata do Copom, divulgada mais cedo, sugere um Banco Central (BC) moderadamente propenso a elevações superiores ao nível recente na Selic. “A novidade talvez seja que deixa um pouco mais aberto para altas maiores, com uma comunicação mais aberta neste sentido, embora reforce bastante que o pensamento dele é fazer mais aumentos de um ponto”, afirma em nota.
O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, diz que a ata de setembro reforçou as preocupações do Banco Central com os riscos fiscais e abriu a possibilidade concreta de elevar a Selic acima de 8,5% no fim do ciclo.
Já o economista João Leal, da Rio Bravo Investimentos, acredita que a ata reforça a manutenção do ritmo de alta da Selic em 1 ponto porcentual (pp), mas traz a novidade de levar a taxa de juros para patamar “significativamente” contracionista, analisa. “Dá visão maior de que não há limite para o nível onde o Banco Central pretende colocar a Selic”, diz.
Os investidores reforçam posições cambiais de olho ainda no avanço dos retorno dos Treasuries longos nos Estados Unidos em meio a expectativas pelo depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em comitê do Senado americano no fim da manhã. Na semana passada, Powell afirmou que a redução das compras de ativos pode ser anunciada oficialmente em novembro. Revisões para baixo nas projeções de crescimento do PIB da China pesam também a favor do dólar nos mercados de moedas emergentes no exterior.
Na segunda-feira, o dólar e as taxas futuras já subiram, diante da cautela no exterior e com o risco fiscal no Brasil agravado pelo cenário de inflação alta, crise hídrica e percepção política ruim. Às 9h31 desta terça, o dólar à vista avançava 0,49%, a R$ 5,4051. O dólar futuro de outubro ganhava 0,19%, a R$ 5,4070.