Só na América Latina, há 240 milhões de pessoas fora do sistema financeiro, disse Vélez. Ao mesmo tempo, o mercado bancário da região é de US$ 1 trilhão. “O modelo de um banco digital é muito mais rentável do que o de um banco tradicional”, disse. “O jeito de entender a gente é no longo prazo. Continuamos focados na construção dessa estratégia.”
No curto prazo, ressaltou o executivo, o ambiente mais adverso está penalizando fintechs e empresas de tecnologia no mundo todo. Vélez ressaltou que a instituição está com bons resultados, chegou a 60 milhões de clientes (sendo 57 milhões no Brasil), mas ainda “é uma formiguinha”.
Por ora, o foco da operação é Brasil, Colômbia e México. No México, é o maior emissor de cartões e, na Colômbia, há uma lista de espera de 1 milhão de interessados no cartão. “Estamos muito à frente no digital. Essa tese não muda.”
Remuneração
Sobre a polêmica gerada pela remuneração da diretoria do Nubank, de R$ 802 milhões, valor muito acima da média dos bancos brasileiros, o executivo disse que “é tudo ou nada”. Ou seja: o total vai depender do desempenho do banco. Se não for atingido, esse valor não existe.
Pela primeira vez em Davos, Vélez disse que o evento é uma oportunidade de manter contatos com outras fintechs, investidores internacionais e falar de parcerias. Ele contou que o Nubank investiu em um banco que atua na Índia e no Paquistão e sempre recebe contatos de empreendedores de outros países querendo saber de sua história.
Vélez fundou o Nubank em São Paulo e, segundo ele, por muito tempo foi ignorado pelos “bancões”. “Ninguém olhava a gente por três ou quatro anos.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.