Esta será a segunda greve do ano. Em janeiro, a paralisação foi motivada por mudanças no plano de saúde da companhia. Com a interferência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a greve foi suspensa no último dia 9 para que os sindicatos negociassem com a estatal ou aguardassem uma decisão do TST.
Apesar das reivindicações, o pano de fundo das greves, que não chegam a afetar o abastecimento de energia elétrica no País, é o descontentamento dos empregados com o processo de privatização da companhia, aguardada para maio deste ano por parte do governo, e para o segundo semestre na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), a empresa foi avaliada por um preço abaixo do justo e não foram feitas avaliações paralelas às do governo, como era previsto, o que compromete a venda. Na segunda-feira, 22, uma Assembleia Geral de Acionistas (AGE) aprovou a desestatização da Eletrobras, que agora depende de um último julgamento sobre a modelagem pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e a escolha do melhor momento para a venda do ponto de vista do mercado de capitais. No momento, segundo analistas, o apetite dos investidores está voltado para commodities e uma operação do porte da Eletrobras poderia não ter o sucesso esperado.
O governo pretende diluir a participação da União na estatal para no mínimo 45%, perdendo assim o controle da companhia, que passará a ser uma corporação privada.