O Ebitda alcançou R$ 79,961 milhões, salto de 105,4% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda aumentou 7,87 pontos porcentuais, para 27,8%.
A receita líquida atingiu R$ 287,160 milhões, crescimento de 47,3%. O salto se deu após determinados projetos avançarem nas vendas, ultrapassarem as cláusulas suspensivas e passarem a ser contabilizados no balanço.
Outro ponto foi a evolução das obras. A Eztec havia antecipado a compra de materiais, o que permitiu acelerar o passo dos canteiros. Isso influencia o balanço porque, no setor da construção a receita é apurada de modo proporcional ao andamento das obras.
A linha de equivalência patrimonial gerou um ganho relevante de R$ 20,933 milhões, equivalente a uma expansão de 265,8%, contribuindo para o lucro. A linha apura os projetos tocados pela Eztec com parceiros.
A margem bruta encolheu 3,16 pontos porcentuais, para 39,3%, com a empresa pressionada pela inflação generalizada.
As despesas gerais e administrativas cresceram 17,6%, para R$ 29,451 milhões.
Já as despesas comerciais aumentaram 12%, para R$ 21,658 milhões, por conta da abertura de dois mega plantões de vendas combinados com showrooms para exposição de plantas de diversos projetos em um só lugar.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas com juros) ficou positivo em R$ 41,402 milhões, queda de 7,2%. A Eztec encerrou o primeiro trimestre com caixa líquido de R$ 792,755 milhões, queda de 25,2% em um ano.
Operacional
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Emílio Fugazza, destaca que as vendas se recuperaram após um desempenho fraco em janeiro. “Hoje elas estão comportadas, o que nos dá uma certa confiança para os próximos lançamentos”, disse, em entrevista.
A Eztec tem dois residenciais com lançamentos programados para este trimestre, na região do Brooklin e da Chácara Santo Antônio, que totalizam R$ 410 milhões. Há mais projeto previsto para o terceiro trimestre: trata-se da segunda fase do Unique Green, na Vila Leopoldina, estimado em R$ 380 milhões.
Fugazza ponderou que há pouca visibilidade para a segunda metade do ano, por conta de incertezas proporcionadas pela inflação e pelos juros altos, além de eleições presidenciais.
“O custo dos materiais também não arrefeceu”, acrescentou Fugazza. Esse tema está “atordoando” a empresa, nas suas palavras, porque não tem sido possível fazer o repasse integral dos custos para o preço final dos apartamentos. “Temos orçamentos que estão 50%, 80% e até 100% mais altos que em 2019”, citou.
No primeiro trimestre, os distratos chegaram a R$ 47,910 milhões, ou 39% acima da média dos três trimestres anteriores. Fugazza disse que embora sejam computados como rescisões, uma grande parte dessas transações, quase 30% são downgrades, isto é, consumidores que trocaram imóveis de valor mais alto por um de valor mais baixo.
“São clientes que sentiram o peso da correção das parcelas pela inflação e preferiram trocar o imóvel em vez de desistir da compra”, explicou o executivo.
Os lançamentos da Eztec no primeiro trimestre de 2022 somaram R$ 489,360 milhões, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2021, quando a companhia adiou novos projetos em meio a uma nova onda de covid. As vendas contratadas líquidas atingiram R$ 303,126 milhões, alta de 28,6% na mesma base de comparação.