“Os resultados positivos deste mês parecem estar relacionados ao fim do surto da variante Ômicron e ao anúncio de um pacote de medidas para aliviar a pressão da inflação e dos juros sobre as finanças familiares mediante a liberação de saques do FGTS, antecipação de 13º de aposentados e facilitação de acesso ao crédito. Houve diminuição do pessimismo com relação ao mercado de trabalho mas a inflação e os juros elevados ainda preocupem as famílias, que continuam cautelosas com relação à realização de compras de alto valor”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em abril, o Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 3,8 pontos, para 69,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE) cresceu 3,6 pontos, para 86,1 pontos.
A avaliação dos consumidores com relação à situação financeira das famílias subiu 5,5 pontos, para 62,4 pontos. Houve melhora também da percepção sobre o estado geral da economia, que cresceu 2,0 pontos, para 76,4 pontos.
O item que mede a perspectiva sobre a situação econômica geral nos próximos meses avançou 8,3 pontos, para 101,6 pontos. As expectativas para as finanças familiares tiveram alta de 1,2 ponto, para 90,9 pontos.
“Apesar do resultado positivo das perspectivas sobre economia e finanças familiares, a intenção de compras de bens duráveis segue fraca e com tendência indefinida. O indicador relacionado a este tema acomodou na margem ao variar 0,9 ponto, para 67,7 pontos”, ressaltou a FGV.
A análise por faixa de renda mostrou piora da confiança apenas no grupo com renda familiar mensal entre R$ 2.100,01 e 4.800,00, com queda de 0,9 ponto, para 68,8 pontos.
A alta mais forte na confiança ocorreu entre consumidores mais pobres, com renda familiar de até R$ 2.100,00 mensais: alta de 7,2 pontos, para 76,2 pontos, maior valor desde março de 2020.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 19 de abril.