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Fleury tem lucro líquido de R$ 96,7 milhões no 3º trimestre; alta de 0,3%

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Estadão Conteúdos

O lucro líquido do Fleury chegou a R$ 96,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, ficando praticamente estável em relação ao mesmo período do ano passado, com leve alta de 0,3%, e margem de 8,4%.

A companhia teve Ebitda recorde no período, de R$ 332,4 milhões, um crescimento de 15,2% sobre o mesmo período de 2021, e margem Ebitda de 29% (+95 bps ano contra ano). Não houve efeitos não recorrentes no trimestre, resultando em um Ebitda recorrente de mesmo valor, mas com crescimento de 10,5% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, quando o Ebitda recorrente foi de R$ 300,7 milhões, e queda de 24 bps sobre a margem de 2021.

Segundo o CFO José Filippo, a estabilidade no lucro é consequência do melhor Ebitda por um lado, mas resultado financeiro de maior impacto por outro. Ele atribui o resultado financeiro mais pressionado do que em 2021 ao programa de crescimento da empresa, à dívida líquida e ao nível de juros da economia brasileira.

“Não temos guidance de lucro para o futuro, mas continuamos trabalhando com a perspectiva da manutenção do crescimento e continuamos disciplinados em relação aos custos, para manter as margens”, diz Filippo.

Para a CEO da empresa Jeane Tsutsui, a sequência de recordes no Ebitda refletem “uma disciplina muito grande da companhia com relação aos custos de despesas”.

A receita líquida trimestral foi de R$ 1,146 bilhão, 11,5% a mais que o terceiro trimestre de 2021. A receita bruta também foi recorde, pelo terceiro trimestre seguido, de R$ 1,234 bilhão, alta de 11,4% na mesma base de comparação, e de 6,3% referente apenas a crescimento orgânico. No trimestre, o Fleury abriu 5 novas unidades de atendimento.

Com relação ao crescimento inorgânico, foram 3 aquisições no período: Retina Clinic (oftalmologia em São Paulo), Méthodos Laboratório (análises clínicas no sul de Minas Gerais) e a conclusão da aquisição de Saha (infusões de medicamentos em São Paulo), anunciada em maio.

Além disso, os exames de Covid-19 corresponderam a 1,5% da receita bruta do trimestre, contra 6% no comparativo anual, o menor patamar desde o início da pandemia. O crescimento total ex-COVID foi de 16,7%.

A companhia destaca ainda a expansão de 36,6% ano a ano no Atendimento Móvel, que representa 9% do total da receita bruta da empresa.

B2B

Em meio a resultados de expansão, a vertente B2C do Fleury apresentou resultados contracionistas no trimestre, com a receita bruta de B2B recuando 19,9% ante o mesmo período do ano passado, reflexo da queda de 11,1% no volume de exames.

Tsutsui diz que o maior foco da empresa é no B2C, “com as unidades de atendimento ao cliente com crescimento significativo de 17%”. A administração explica que a redução no B2B se deve a dois fatores: a não renovação de contratos e queda no número de testes de covid-19 em hospitais. “Tirando esses aspectos, tivemos crescimentos em linha com o B2B”, afirma a CEO.

M&As

Em relação à fusão com o Hermes Pardini, o Fleury não tem previsão para a conclusão do negócio, e aguarda posicionamento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mantendo a previsão preliminar de que a transação gere de R$ 160 milhões a R$ 190 milhões de Ebitda incremental, após implementar todas as ações de sinergias. Esse número deve ser “refinado” com a conclusão da fusão.

A administração comenta ainda sobre a possibilidade de novas aquisições no futuro, mas sem detalhar em quais regiões ou se seriam na área de diagnósticos, core da empresa, ou em setores complementares.

Política

Sobre o cenário político, Tsutsui argumenta que “normalmente, o setor de saúde é mais resiliente e sofre menos oscilações, por se tratar de uma área de necessidade”. Ela enxerga que ainda há muitas oportunidades no setor, que considera ainda muito fragmentado.

“É muito cedo pra falar de mudanças políticas porque não houve propostas nesse sentido, mas tendências de envelhecimento da população no longo prazo geram um aumento na demanda por saúde”, diz.

Sobre as paralisações nas estradas organizadas por caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que questionam o resultado das eleições, a CEO diz que o Fleury atua com estoques então não sofreu um impacto muito grande, e acredita que a empresa não será afetada dado o enfraquecimento do movimento. Mas, segundo ele, o abastecimento poderia ser impactado se os bloqueios se prolongassem.