Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção FUP, a participação da Petrobras nos preços finais dos combustíveis, vendidos nos postos, passou de 30% para 33,4% desde 2016, quando a empresa começou a adotar o Preço de Paridade de Importação (PPI).
Por essa política, a estatal promove reajustes no Brasil à medida que as cotações do petróleo e dos derivados sobem no mercado internacional.
Da mesma forma, os custos logísticos e o câmbio pesam na formação do preço interno. Na última segunda-feira, 27, o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, convocou uma coletiva de imprensa para reafirmar a manutenção do PPI. No dia seguinte, a empresa reajustou o diesel em 8,9%.
Para o governo, no entanto, a responsabilidade pela alta dos combustíveis é dos Estados, por conta do ICMS. Como é calculado a partir de uma alíquota, o tributo sobe toda vez que a Petrobras reajusta a base de preço na refinaria.
“A participação dos impostos foi mantida a mesma neste período (desde 2016), enquanto a participação da Petrobrás cresceu”, protestou, no comunicado, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Neste ano, o valor do diesel da Petrobras subiu 51% e o da gasolina, 45,7%. “Mas é no gás de cozinha em que a desigualdade social do país fica ainda mais evidente: os preços do produto subiram, nas refinarias, 87%, no governo Bolsonaro; ou 75,3%, desde o início da pandemia. No ano, o aumento é de 38,1%”, acrescentou Bacelar.