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Gargalos na cadeia e falta de trabalhadores continuam a limitar oferta, diz Fed

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Estadão Conteúdos

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) observaram que os gargalos da cadeia de suprimentos e a escassez de mão de obra continuaram a limitar a capacidade das empresas para atender a forte demanda, de acordo com a ata da última reunião de política monetária da instituição. Segundo o documento, a avaliação é de que os desafios foram exacerbados pelo surgimento e disseminação da variante Ômicron do coronavírus.

De acordo com a ata, a onda causada pela Ômicron levou a muitas ausências de trabalhadores devido à doença, ou à necessidade de cuidados, que reduziram a atividade em muitos setores, incluindo companhias aéreas, caminhões e armazenamento. Alguns dirigentes relataram que seus contatos nos negócios estavam esperançosos de que os efeitos da variante seriam relativamente curtos, diz a ata.

No entanto, vários participantes do encontro relataram que seus contatos esperavam que a escassez de mão de obra em curso e outras restrições de oferta persistiriam após os efeitos agudos da Ômicron terem diminuído, segundo a ata. Os contatos do Fed também relataram contínuas pressões generalizadas de custo de insumos, que, em meio à demanda geralmente robusta, seriam repassadas aos clientes, diz o documento.

Levando em conta os efeitos pandêmicos, os dirigentes concordaram que a onda da Ômicron pesou sobre a atividade econômica no primeiro trimestre de 2022, segundo a ata.

Por sua vez, o documento aponta que os participantes da reunião concordaram que, se a onda causada pela variante se dissipasse rapidamente, a atividade econômica provavelmente fortaleceria um crescimento rápido, e 2022 como um todo seria robusto.

Ainda assim, vários participantes da reunião notaram riscos para as perspectivas, incluindo um possível agravamento da pandemia, o potencial de uma escalada de tensões geopolíticas ou um aperto substancial nas condições financeiras, diz a ata.

Retirada de frase

Os dirigentes do Federal Reserve concordaram em tirar do comunicado a frase sobre “usar ferramentas para dar suporte à economia”, de acordo com a ata da última reunião. Segundo o documento, essa linguagem foi adotada durante o auge da turbulência no mercado financeiro em março de 2020, quando o Fed iniciou seu programa de compra de ativos. Dessa forma, os membros reconheceram que não se justifica mais usá-la devido à economia forte, bem como ao anúncio de que as compras líquidas de ativos terminam no início de março.

Ainda segundo a ata, para alguns dirigentes há ativos em vários mercados que estão sobrevalorizados e, com o ajuste de política monetária, eles podem sofrer e provocar uma piora econômica adiante.

Alguns dirigentes julgaram que as condições financeiras acomodatícias prolongadas podem contribuir para desequilíbrios financeiros. Para outros, entretanto, essa sobrevalorização podem ser uma ameaça menor do que visto no passado.