A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve alta de 1,90% em outubro, ante uma queda de 1,17% em setembro. O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,77% em outubro, após o avanço de 1,43% em setembro.
Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 0,86% em outubro, depois da alta de 0,51% em setembro. O período de coleta de preços para o índice de outubro foi do dia 1º ao dia 31 do mês.
Os preços dos combustíveis e do minério de ferro no atacado puxaram a alta de 1,60% no IGP-DI). A forte aceleração do IPA-DI, que mede os preços no atacado, de um recuo de 1,17% em setembro, para uma alta de 1,90%, foi a principal responsável para inflação medida pelo IGP-DI.
Entre os itens do IPA-DI, os combustíveis para o consumo registraram alta de 5,78%, ante avanço de 1,47% em setembro. Já o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção teve um salto de 9,39% nos preços médios, alta avanço de 1,87% em setembro.
O minério de ferro ficou 4,29% mais caro, forte aceleração ante o tombo de 22,11% registrado em setembro. Também aceleraram as variações de preços da cana-de-açúcar (de 1,45% em setembro para 3,59% em outubro) e café em grão (de 7,83% para 11,95%). A aceleração só não foi maior porque, em sentido oposto, os preços de bovinos desaceleraram de -2,69% em setembro para -7,71% no IGP-DI de outubro.
“A inflação ao produtor acelerou em seus três estágios de processamento. Os avanços registrados nos preços do minério de ferro (-22,11% para 4,29%), do óleo diesel (0,60% para 10,24%) e da gasolina (1,20% para 6,62%) foram os grandes destaques em cada um dos três grandes grupos do IPA”, diz a nota divulgada pela FGV nesta manhã.
Conta de luz
Enquanto as altas dos preços dos combustíveis no atacado sugerem novas pressões inflacionárias ao consumidor em novembro, em outubro, a inflação das famílias foi marcada por algum alívio nas altas recentes da conta de luz, mostra o IPC-DI, um dos componentes do IGP-DI. Mesmo assim, a inflação ao consumidor está mais espalhada, mostram os dados de difusão calculados pela entidade.
Segundo a FGV, cinco das oito classes de despesa componentes do IPC-DI registraram decréscimo em suas taxas de variação na passagem de setembro para outubro: Habitação (2,59% para 0,37%), Educação, Leitura e Recreação (2,90% para 1,57%), Alimentação (1,09% para 0,88%), Transportes (1,50% para 1,31%) e Despesas Diversas (0,30% para 0,28%).
A tarifa de eletricidade residencial, grande vilã da inflação ao consumidor em setembro, com salto de 8,52% (por causa da introdução de cobrança extra adicional por meio das bandeiras tarifárias, para repassar ao consumidor final a elevação extraordinária de custos de geração com o acionamento das usinas termoelétricas, em meio à estiagem que afeta das hidrelétricas), em outubro avançou apenas 0,06%. A gasolina ficou 2,73% mais cara em outubro, ante 3,38% em setembro.
No sentido oposto, os grupos Vestuário (0,28% para 0,81%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,14% para 0,25%) e Comunicação (0,39% para 0,44%) apresentaram acréscimo em suas taxas na comparação de setembro com outubro. “Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: calçados (0,37% para 1,32%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,01% para 0,56%) e tarifa de telefone residencial (0,38% para 5,07%)”, diz a nota da FGV.
IPAs
Os preços dos produtos agropecuários no atacado medidos pelo IPA Agrícola registraram ligeira queda de 0,06% em outubro, depois de um leve recuo de 0,04% em setembro, dentro do IGP-DI). Já os produtos industriais no atacado – – mensurados pelo IPA Industrial – avançaram 2,72% no mês passado, ante recuo de 1,64% em setembro.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 1,47% em outubro, ante um avanço de 1,26% no mês anterior.
Os preços dos bens intermediários subiram 3,47% em outubro, após aumentarem 1,91% em setembro. Os preços das matérias-primas brutas registraram avanço de 0,75% no mês passado, depois recuar 5,75% em setembro.