A parcela de empresas que ainda espera normalização até o fim deste ano caiu de 53% para 36% em fevereiro contra janeiro. É o que mostra a última sondagem feita com associados pela Abinee, entidade que representa a indústria de aparelhos eletroeletrônicos.
A preocupação se deve ao fato de vir da região em conflito dois insumos importantes na produção dos semicondutores: paládio e gás neônio. A falta de componentes eletrônicos representa o maior gargalo das fábricas de produtos como celular, notebook e televisão, entre outros aparelhos eletrônicos. No mês passado, foi responsável por atrasos ou até mesmo, em menor número, paralisações parciais de produção em 44% das empresas do setor.
A indústria monitora com atenção o impacto da guerra nos custos, principalmente dos fretes, que já vinham escalando, e no abastecimento.
Pouco mais da metade das fábricas (52%) ainda relata dificuldade na aquisição de insumos, mais concentrada nos componentes eletrônicos, sendo que um em cada quatro fabricantes de aparelhos eletroeletrônicos funcionou no mês passado com estoques de componentes e matérias-primas abaixo do normal. Por enquanto, contudo, as fábricas de eletroeletrônicos ainda não sofreram, em geral, com rupturas adicionais no fornecimento de peças decorrentes do conflito.
A expectativa ainda é de crescimento, porém o otimismo está mais moderado, o que se reflete em dois meses de queda no índice de confiança do setor. Se até dezembro 76% das empresas projetavam aumento das vendas em 2022, no mês passado esta participação recuou para 64%.