As crescentes exportações do Irã ilustram o quanto a invasão da Ucrânia redesenha as rotas da energia global. Consumidores buscam alternativas ao petróleo e ao gás da Rússia, a fim de evitar sanções ocidentais. Essas mudanças devem acelerar, conforme mais petróleo russo deixa o mercado, com a Agência Internacional de Energia (AIE) prevendo que a produção do país recuará mais de um quarto.
As exportações do Irã cresceram mais rápido que qualquer outra nação do Oriente Médio no primeiro trimestre, marcando o nível mais alto de petróleo que o Irã tem exportado desde que o então presidente americano, Donald Trump, voltou a impor sanções contra Teerã em 2018, após abandonar em 2015 o acordo nuclear fechado sob Barack Obama, segundo a Kpler. O Irã vende agora mais para a China, mesmo cobrando preço mais alto que Moscou.
A Rússia está vendendo seu petróleo com desconto de US$ 30 o barril, em comparação com os preços internacionais. Já o Irã oferece desconto de US$ 20 o barril, segundo um funcionário iraniano. As exportações de petróleo do Irã avançaram 40% no ano, na comparação feita em 20 de março, segundo o ministro do Petróleo local, Jawad Owji. O governo recebeu cerca de 10% a mais de receita do que o inicialmente previsto, apontou ele.