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Laços de empresas europeias com Rússia podem complicar sanções econômicas ao país

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Estadão Conteúdos

A Europa está contemplando sanções contra a Rússia se o país invadir a Ucrânia, mas o trabalho está longe de ser simples. As punições buscariam maximizar a dor para o Kremlin, além de seus principais bancos e empresas de energia, mas também evitar pôr em risco o fornecimento de energia russo ao restante do continente ou infligir muitos danos a empresas europeias com fortes laços com a Rússia, incluindo a fabricante industrial alemã Siemens, a italiana fabricante de pneus Pirelli e montadoras como Volkswagen e Mercedes-Benz.

A Rússia tem vínculos com os mercados mundiais de energia e financeiro e abriga grandes polos investimentos estrangeiros, portanto, quaisquer medidas terão repercussões fora do país. A questão é quanto.

Dado que não se sabe quais seriam as medidas, as empresas europeias estão observando com cautela os desdobramentos e limitando seus comentários à esperança de uma solução diplomática.

A BMW disse que “a política estabelece as regras dentro das quais operamos como empresa” e que “se as condições da estrutura mudarem, vamos avaliá-las e decidir como lidar com elas”.

A Siemens AG, que obtém cerca de 1% de sua receita da Rússia, está desenvolvendo uma nova geração de trens de alta velocidade com parceiros russos a serem construídos em uma fábrica local. A Siemens Energy, de propriedade parcial da Siemens, está construindo usinas de energia e equipamentos para 57 parques eólicos na Rússia.

Os fabricantes de automóveis europeus também têm uma presença extensa no país. Volkswagen, Stellantis, Renault e Mercedes-Benz têm fábricas na Rússia, enquanto a BMW fabrica carros lá por meio do parceiro russo Avtotor.

O Kremlin tomou medidas para reduzir sua dependência econômica de outros países e fontes externas de financiamento. O país possui baixa dívida de governo e US$ 630 bilhões em reservas de moeda estrangeira e ouro. As empresas russas têm pressionado para adquirir peças localmente, mesmo quando trabalham com parceiros europeus.