“Esse ano há um investimento grande a ser feito. E não há expectativa nenhuma de queda dos juros ou da inflação. Por mais que caia, (a inflação) não vai voltar ao patamar de 2021”, disse.
“Mas em 2023, vamos ver uma reversão desse fluxo com a materialização dos ganhos de receita da revisão tarifária (realizada em março) e dos resultados que a gente espera capturar com investimentos”, continuou. “Então essa reversão do endividamento líquido vai acontecer lá para o segundo, terceiro trimestre de 2023”, concluiu.
Apesar da alta de 59% no Ebitda do segundo trimestre na comparação anual, para R$ 613 milhões, a Light reportou ontem prejuízo líquido de R$ 80 milhões no período, fortemente impactada pelo resultado financeiro negativo em R$ 608 milhões. Isso se deve ao crescimento dos indexadores de juros da dívida da Light, CDI (65%) e IPCA (35%).
Por isso, informou a empresa, o custo nominal da dívida saltou de 11,9% para 13,5% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Na comparação anual, esse custo quase dobrou, ao saltar de 7% no fim de junho de 2021 para 13,5% em junho de 2022.
A companhia fechou o segundo trimestre com uma dívida líquida de R$ 8,5 bilhões, 37% maior que a dívida líquida registrada no segundo trimestre do ano passado, de R$ 6,2 bilhões. Na margem, houve aumento de 4,9% na comparação com a dívida registrada ao fim de março, de R$ 8,1 bilhões.
Investimentos
Marinho também explicou que a forte carga de investimentos registrada no segundo trimestre deste ano se deve ao reforço na política de combate a perdas com intuito de capturar, já em 2023, resultado de receita.
Também com esse objetivo, outro fator que pesou nos investimentos do período, disse o executivo, foi a antecipação de investimentos para expansão de rede de distribuição antes previstos para o quarto trimestre. A estratégia busca driblar as chuvas de verão do fim do ano, que limitam a execução das obras.